STF

Mauro Cid tem delação homologada por Moraes e deixa prisão

Ex-ajudante de Bolsonaro, no entanto, usará tornozeleira

Mauro Cid foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro
Mauro Cid foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro |  Foto: Lula Marques/Agência Brasil
 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, homologou neste sábado (9) o acordo de colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Além disso, o ministro concedeu liberdade provisória a Cid, estabelecendo medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, restrição de saída de casa aos fins de semana e no período noturno, bem como o afastamento de suas funções no Exército.

A homologação do acordo ocorre após o entendimento feito com a Polícia Federal. A delação de Cid abrange o inquérito das milícias digitais e todas as investigações relacionadas, incluindo a apuração sobre a suposta venda de presentes oficiais recebidos durante o governo Bolsonaro.

O inquérito das milícias digitais tem como foco a investigação de uma organização criminosa com alegada intenção de subverter o Estado Democrático de Direito.

Mauro Cid encontra-se detido desde 3 de maio, quando foi alvo de uma operação da Polícia Federal que apura a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid no sistema do Ministério da Saúde, em relação a membros da família do ex-auxiliar e do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Desde então, ele também é alvo de investigações por suposta participação na venda irregular de presentes oficiais e joias recebidas durante o governo Bolsonaro.

Com 44 anos de idade, Cid é tenente-coronel e filho de Mauro César Lourena Cid, general da reserva que foi contemporâneo de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende, no sul Fluminense. O pai dele também está sob investigação por envolvimento no caso das joias.

O tenente-coronel foi designado para a função de ajudante de ordens de Bolsonaro pouco antes da posse em 2018, quando estava prestes a assumir uma missão nos EUA.

Apesar de uma carreira acadêmica sólida, abriu mão de acompanhar a missão no exterior para assessorar Bolsonaro. Pelo cargo, recebia R$ 1,7 mil, além do salário militar de R$ 26 mil.

Ao longo dos quatro anos de mandato, o "faz-tudo de Bolsonaro" desempenhou funções que variavam desde auxiliar em transmissões ao vivo até filmar o "cercadinho" onde Bolsonaro interagia com apoiadores na saída do Palácio do Alvorada, além de encaminhar o pagamento de demandas particulares da família do ex-presidente.

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