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    Médico é preso suspeito de matar mulher com sorvete envenenado

    Ele também é investigado por ter desviado medicações do SUS

    Publicado 31/10/2024 às 9:12 | Autor: Enfoco
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    Patrícia deixa um filho de dois anos
    Patrícia deixa um filho de dois anos |  Foto: Reprodução

    Um médico de 50 anos, suspeito de assassinar sua esposa, foi preso nesta terça-feira (29) em Canoas, no Rio Grande do Sul. As investigações indicam que ele pode ter envenenado Patrícia Rosa dos Santos, de 41 anos, e em seguida, administrado medicações restritas que foram desviadas do SUS.

    A vítima trabalhava como enfermeira e tinha um filho de 2 anos com o médico. A criança está sob os cuidados de familiares.

    O delegado Rafael Pereira, do Departamento de Homicídios do RS, afirma ter plena convicção da participação de André. “A gente tem a convicção, é caso de cinema, caso de Netflix. Ele usou suas habilidades médicas para cometer o crime”, declarou.

    Ação do médico para matar esposa

    No local onde o corpo foi encontrado, a polícia descobriu um pote de sorvete, que foi enviado para perícia. Além de uma imagem que mostra um comprimido no líquido, o laudo revelou a presença de Zolpidem, um medicamento controlado utilizado para induzir sono profundo.

    Sorvete envenenado pelo médico
    Sorvete envenenado pelo médico |  Foto: Reprodução

    Rafael afirma não ter dúvidas sobre o planejamento do crime. “A principal hipótese é que ele colocou zolpidem no sorvete, induzindo-a a um sono profundo, para então injetar midazolam e sustrate nos pés da esposa”, explicou.

    Com a mulher em sono profundo, ele aproveitou o momento para fazer um acesso venoso nos pés dela.

    “Justamente para não chamar atenção, porque se fizesse nos braços, ficaria visível, quando ele tentasse forjar a morte natural. Ele administrou duas medicações que não podem ser compradas, são de uso do serviço de emergência, uma delas foi o Midazolam, provocando a morte da vítima.”

    Remédios encontrados pela Polícia
    Remédios encontrados pela Polícia |  Foto: Reprodução

    De acordo com Pereira, várias evidências foram encontradas no local do crime. “A mulher havia sido movida de lugar. Ele afirma que ela morreu enquanto comia um sorvete e dormia no sofá, mas ela estava na cama, em um colchão. Posteriormente, esse sorvete foi apreendido e continha a medicação controlada”, explicou.

    Além disso, os policiais obtiveram imagens que mostram o médico levando uma mochila para o carro e saindo com o veículo logo após a morte da mulher. “Isso acendeu um alerta: como ele pode sair de carro e esconder uma mochila quando sua esposa, a pessoa que ama, está morta?”, ressaltou o delegado.

    Durante as buscas, os policiais encontraram a mochila com os medicamentos dentro do carro do suspeito, que estava estacionado na garagem do prédio onde moravam. “Na verdade, parece claro que ele não esperava a chegada dos policiais. Ele já havia deixado a mochila no carro para se livrar dela”, acrescentou.

    Família desconfiada da morte 

    O delegado também mencionou que o médico informou os familiares de Patrícia sobre a morte. Ele obteve um atestado de óbito com outro médico, alegando que ela havia falecido de causas naturais em decorrência de um infarto agudo do miocárdio. Entretanto, desconfiando da situação, já que a vítima era saudável e havia tido desavenças com o marido, a família pediu a realização de uma autópsia, que revelou o envenenamento.

    “Ele desviou a medicação para matá-la. Sendo médico da emergência do Samu, tentou usar essa informação para simular um infarto, e conseguiu isso com o atestado. Até o carro da funerária já estava presente quando a equipe policial chegou”, afirmou o delegado.

    Aborto

    Em um dos depoimentos dos familiares, foi mencionado que o marido tentou provocar um aborto em Patrícia enquanto ela estava grávida, administrando medicações.

    “A gente não consegue confirmar isso com a Patrícia, que poderia dizer que ele teria tentado um aborto contra a vontade dela, se ela queria abortar, porque, infelizmente, ela faleceu. Mas, vamos dar uma credibilidade para o relato da família, até porque a família foi a primeira a ligar o alerta”, disse Pereira.

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