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    Investigação

    Esquema bilionário de pirâmide em Niterói: o que foi apreendido

    Organização criminosa movimentou cerca de R$ 1 bilhão

    Publicado 31/10/2024 às 10:02 | Atualizado em 31/10/2024 às 12:35 | Autor: Gabriel Villa Nova
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    Quatro carros de luxo estão entre as apreensões
    Quatro carros de luxo estão entre as apreensões |  Foto: Lucas Alvarenga

    Foram apreendidos, na manhã desta quinta-feira (31), quatro carros de luxo, três celulares, cinco notebooks, dois computadores, além de documentos, pendrives e um cartão bancário durante uma operação feita por policiais civis da 81ª DP (Itaipu) para combater uma organização criminosa que movimentou cerca de R$ 1 bilhão nos últimos nove anos.

    A "Operação Quéops", que ainda está em andamento, conta com o apoio do Ministério Público. Os locais de busca e apreensão foram realizados em diversos pontos do Rio de Janeiro, como em Magé, na Baixada Fluminense; Camboinhas e Serra Grande, na Região Oceânica de Niterói; Maceió, na Região Pendotiba; Flamengo, na Zona Sul do Rio; e Jacarepaguá, na Zona Oeste.

    Entre os carros de luxo apreendidos estão um Corolla Rav 4 branca, um Toyota Corolla cinza blindado, um Honda Civic preto, e uma caminhonete Volkswagen Amarok cinza.

    Deoclécio Assis, delegado titular da 81ª DP (Itaipu), afirmou que esse foi um dos maiores esquemas de pirâmide financeira da história do Rio. Além disso, ele comemorou o saldo positivo da operação.

    Segundo o delegado Deoclécio Assis, os criminosos miravam aposentados e pensionistas
    Segundo o delegado Deoclécio Assis, os criminosos miravam aposentados e pensionistas |  Foto: Lucas Alvarenga

    “Cumprimos oito mandados de busca e apreensão exitosos, além de apreender carros de luxo, documentos, celulares, entre outras coisas. Esse grupo lesou muitas pessoas e movimentou cerca de R$ 1,5 bilhão”, frisou o delegado.

    Os criminosos miravam aposentados e pensionistas, com a falsa promessa de quitação de empréstimos e até realização de novas, acumulando lucros às custas do prejuízo financeiro de centenas de pessoas.

    Modus operandi

    A superintendente do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Gabriela de Aguillar Lima, comentou que havia dois modus operandi.

    A superintendente do Gaeco, Gabriela de Aguilar, explicou como vítimas caíam no golpe
    A superintendente do Gaeco, Gabriela de Aguilar, explicou como vítimas caíam no golpe |  Foto: Lucas Alvarenga

    “Um era de pessoas que já tinham dívidas e as empresas ofereciam essa portabilidade de dívidas com vantagens. E outro era de pessoas que não tinham dívidas, onde eram oferecidos empréstimos com condições muito benéficas. Então, as pessoas atraídas por esses benefícios acabavam fazendo esses empréstimos com as empresas, começavam a receber os valores, reinvestiam, faziam o esquema de pirâmide, e quando se davam conta de que estavam nesse esquema, a empresa era dissolvida. Na denúncia, conseguimos identificar 14 vítimas desse grupo”, explicou Gabriela.

    Ilusão

    Durante as investigações, as vítimas relataram que foram iludidas a contratar empréstimo bancário, tendo a empresa criminosa como intermediária, junto aos bancos. Os criminosos ficavam com 90% do valor do empréstimo, repassando apenas 10% para as vítimas.

    Policiais civis realizaram mandados de busca e apreensão em diversos locais
    Policiais civis realizaram mandados de busca e apreensão em diversos locais |  Foto: Lucas Alvarenga

    A empresa dizia se responsabilizar pela quitação de um novo empréstimo bancário, em 12 meses, e o ganho de 10% serviria para quitar parte do empréstimo antigo, o que parecia atrativo para as vítimas. Os criminosos pagavam três ou quatro parcelas, e passavam a não mais honrar o compromisso.

    Com os ganhos, a organização se fortalecia e crescia cada vez mais, constituindo novas empresas para a prática de novos crimes. Eles chegavam a ameaçar as vítimas, para que não denunciassem os casos.

    "Quando a vítima percebia o golpe, recebia proposta de vantagem financeira para se calar. Caso isso não obtivesse sucesso, faziam ameaças para dissuadir as vítimas de prosseguir com as investigações", contou o delegado.

    A partir das investigações, 39 pessoas foram denunciadas pelos crimes de estelionato e organização criminosa. O grupo atuaria, ainda, no estado de São Paulo.

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