Luto
Morre, aos 100 anos, Jimmy Carter, ex-presidente dos EUA
Democrata foi o governante mais longevo da história do país
Morreu neste domingo (29), aos 100 anos, Jimmy Carter, presidente dos Estados Unidos entre 1977 e 1981, em sua casa em Plains, no estado da Geórgia, local onde nasceu. Carter estava sob cuidados paliativos desde fevereiro de 2023. A fundação que leva seu nome informou que haverá homenagens em Atlanta, Washington e Plains, mas ainda não há informações sobre o funeral. Carter tornou-se o ex-presidente mais longevo da história dos EUA.
Filiado ao Partido Democrata, Carter foi senador e governador da Geórgia antes de assumir a Presidência, marcada por uma grave crise econômica e esforços de paz globais. Um dos momentos mais desafiadores de seu mandato foi a crise dos reféns no Irã, em 1979, quando 52 americanos foram mantidos presos na embaixada em Teerã por 444 dias.
Após deixar a Casa Branca, Carter manteve sua atuação política por meio da Fundação Carter, criada em 1982, liderando missões diplomáticas e humanitárias ao redor do mundo. Reconhecido como defensor dos direitos humanos e da democracia, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2002, pela busca de soluções pacíficas para conflitos internacionais e pela promoção do desenvolvimento social e econômico.
Carter votou em 2024
Um momento das eleições presidenciais dos EUA viralizou no mês de outubro, quando flagraram o ex-presidente indo votar no auge dos seus 100 anos. Na disputa entre Donald Trump e Kamala Harris, Jimmy deu seu voto à democrata, pelo correio, no sistema de votos antecipados. A cédula foi depositada em uma urna no condado de Sumter.
Na ocasião, Chip Carter, filho do ex-governante, citou em entrevista ao "Atlanta Journal-Constitution" que o pai "jamais votou em um republicano" e que dessa vez não seria diferente.
Lula faz pronunciamento
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma publicação em sua conta oficial no X, antigo Twitter, lembrando da trajetória de Jimmy Carter e aproveitou para falar da luta do ex-governante pela paz e garantia dos direitos humanos. Leia a nota completa:
"Jimmy Carter foi senador, governador da Geórgia e presidente dos Estados Unidos. Foi, acima de tudo, um amante da democracia e defensor da paz. No fim dos anos 70, pressionou a ditadura brasileira pela libertação de presos políticos. Depois, como ex-presidente, continuou militando pela promoção dos direitos humanos, pela paz e pela erradicação de doenças na África e na América Latina.
Carter conseguiu a façanha de ter um trabalho como ex-presidente, ao longo de décadas, tão ou mais importante que o seu mandato na Casa Branca. Criticou ações militares unilaterais de superpotências e o uso de drones assassinos. Trabalhou junto com o Brasil na mediação de conflitos na Venezuela e na ajuda ao Haiti.
Criou o Centro Carter, uma referência mundial em democracia, direitos humanos e diálogo. Será lembrado para sempre como um nome que defendeu que a paz é a mais importante condição para o desenvolvimento.
Meus sentimentos aos seus familiares, amigos, correligionários e compatriotas nesse momento de despedida".
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