Economia
Novo saque do FGTS deve ser liberado para 40 milhões de pessoas
Anúncio oficial deve ocorrer em até 20 dias
Cerca de 40 milhões de trabalhadores podem ser beneficiados por uma nova rodada de saques do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). A informação foi divulgada pelo jornal Folha de São Paulo nesta quarta-feira (23).
Segundo a publicação, o valor previsto para o saque deve girar em torno de R$ 500 e R$ 1 mil por trabalhador. As tratativas devem ser divulgadas em até 20 dias e foi revelada por integrantes do governo . Para isso, o presidente Jair Bolsonaro (PL) deve editar uma Medida Provisória.
Essa pode ser a terceira vez que o governo Bolsonaro realiza saques extraordinários dos recursos do FGTS. No governo Michel Temer (MDB) também foi permitido o saque das contas inativas em 2017.
Ao Enfoco, o cientista político Paulo Baía (UERJ) reforçou a naturalização de ações mais efetivas por parte do Governo Federal, principalmente em ano de eleições, apesar de integrantes do governo negarem qualquer interesse eleitoreiro na medida.
"O governo vai fazer ações como auxílio emergencial, corrida da pasta de Infraestrutura com entregas de obras, repasses de verbas às prefeituras. Sobre o FGTS, estamos falando ainda de uma especulação, não dado. Mas caso se confirme, a ideia é fortalecer renda dentro de população que está sem emprego. Evidente que essa lógica tem consequência eleitoral", pontua.
Em evento promovido pelo banco BTG Pactual, nesta terça (22), em São Paulo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender a possibilidade de trabalhadores endividados sacarem parte dos seus recursos para saldar compromissos.
Segundo o ministro, a medida é uma das que o governo pode propor “daqui até o fim do ano para ajudar a economia a crescer”.
“Podemos mobilizar recursos do FGTS porque são fundos privados; pessoas que têm recursos lá e que estão passando dificuldades. Às vezes, o cara está devendo dinheiro no banco e é credor no fundo, mas não pode sacar [o dinheiro] e liquidar sua dívida”, explicou.
Pesquisa
Paulo Baía avalia que Bolsonaro permanece em boa posição nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência, apesar de figurar atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as intenções no país, segundo pesquisas.
"Eu não considero que Bolsonaro esteja mal nas pesquisas há muito tempo, apesar de Lula à frente. Mas segue resiliente. As últimas pesquisas mostram imagem melhorada em relação às anteriores. Desde o início de 2021, venho chamando atenção que a posição de Bolsonaro era confortável, mesmo com índices elevados de discordância dele de não aprovação de governo. Lula vinha bem, mas não é o foco das críticas que acontecem. Quem apanha todo dia é Bolsonaro, porque está no governo", conta.
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