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Ômicron: Fiocruz investiga suspeita em moradora do Rio

Publicada às 14h53. Atualizada às 16h09.

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O material genético foi enviado para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para saber se trata da variante Ômicron ou não. Foto: Divulgação

Uma mulher, de 29 anos, que chegou no Rio de Janeiro após viagem à África do Sul, testou positivo para Covid-19. Ela desembarcou no dia 21 e, apesar de assintomática, fez um exame de rotina. A secretaria municipal de Saúde avalia o caso.

Amostras já foram colhidas da paciente e enviadas para exame de sequenciamento genético, para identificação da variante do vírus, para saber se trata da variante Ômicron ou não.

Segundo a pasta, os contactantes da paciente também estão sendo monitorados, assim como seu companheiro de viagem, sem outros casos positivos até o momento.

Em nota, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) disse que confirmou o recebimento de amostra enviada pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.

"O material será processado a partir da técnica de RT-PCR para detecção do vírus SARS-CoV-2. Em caso positivo e a depender da carga viral da amostra, poderá ser realizada a técnica de sequenciamento genético para definição de sua linhagem e possível variação. Conforme protocolo do serviço de referência nacional em vírus respiratórios, o resultado da análise será encaminhado diretamente para as Secretarias de Saúde local e estadual, com prazo de até cinco dias", dizia o comunicado.

São Paulo

Foi confirmado nesta quarta-feira (1) o terceiro caso de paciente com a variante Ômicron no Brasil. O homem de 29 anos vindo da Etiópia desembarcou em Guarulhos sem sintomas, mas fez o teste que deu positivo para Covid-19 no último sábado. O homem havia sido vacinado com as duas doses do imunizante da Pfizer.

A amostra deste terceiro caso foi sequenciada geneticamente pelo Instituto Adolfo Lutz.

Além dele, outros dois pacientes, um homem de 41 anos e uma mulher de 37, provenientes da África do Sul, tiveram a confirmação da presença da variante Ômicron. A verificação foi feita pelo Adolfo Lutz na tarde de terça, após sequenciamento genético feito pelo laboratório do Hospital Israelita Albert Einstein.

O casal havia sido vacinado com o imunizante da Janssen na África do Sul, de acordo com informações atualizadas nesta quarta-feira (1º) pela vigilância municipal de São Paulo.

Ômicron

O surgimento da nova variante da Covid-19 confirmado em regiões da África preocupa especialistas internacionais de saúde. Batizada de Ômicron - letra grega correspondente à letra “o” do alfabeto -, a cepa B.1.1.529 foi identificada em Botsuana, país vizinho à África do Sul, em meados de novembro.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a variante pode se tornar responsável pela maior parte de novos registros de infecção pelo novo coronavírus em províncias sul-africanas.

Onde a variante foi identificada?

Além de países vizinhos a Botsuana - África do Sul, Lesoto, Namíbia, Zimbábue e Eswatini (ex-Suazilândia) -, casos da variante Ômicron também foram registrados em outras regiões: Hong Kong, na China, foi a primeira delas. Israel e Bélgica também tiveram registros, casos que seguem isolados.

O que há de diferente?

Nos casos analisados, constatou-se que a variante é portadora de dezenas de mutações genéticas que podem afetar os índices de contágio e de letalidade. A OMS, entretanto, afirmou que ainda não há estudos suficientes para afirmar as propriedades da Ômicron, mas que já existem esforços científicos acelerados para estudar as amostras. Um time de cientistas de universidades da África do Sul está decodificando o genoma da Ômicron, juntamente com dezenas de outras variantes do novo coronavírus.

Tulio de Oliveira, diretor do Centro para Respostas e Inovações Epidêmicas da universidade de KwaZulu-Natal, afirmou em coletiva de imprensa que a variante Ômicron possui “uma constelação incomum de mutações”.

A variante Delta, por exemplo, possuía duas mutações em relação à cepa original do novo coronavírus, enquanto a Ômicron possui cerca de 50 - 30 delas localizadas na proteína Spike, responsável por infectar células saudáveis, explicou o brasileiro.

Em reunião de emergência realizada na tarde da última sexta-feira (26), representantes da OMS classificaram a Ômicron como variante de preocupação (VOC) - mesma categoria das variantes Delta e Gama.

Por que Ômicron?

A OMS usa letras do alfabeto grego para denominar as variantes importantes do novo coronavírus. A última variante registrada havia sido a Mu, que deveria ser seguida das letras gregas Nu (equivalente ao N) e Xi. As letras, no entanto, poderiam causar confusão, já que Nu em inglês tem pronúncia quase idêntica à palavra new (novo). Enquanto a letra Xi corresponde a um nome comum na Ásia, principalmente na China. A OMS decidiu, então, pular as duas letras.

Com Agência Brasil

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