Declaração

Papa Francisco sai em defesa de João Paulo II: 'Insinuações'

Acusações apontam que o ex-papa sabia de esquema de sequestro

Papa passa por outros problemas de saúde
Papa passa por outros problemas de saúde |  Foto: Divulgação/Vatican News
 

O Papa Francisco fez declarações neste domingo (16) classificando como "ofensivas e infundadas" as insinuações do irmão de uma estudante desaparecida no Vaticano há 40 anos, em um caso supostamente envolvendo o ex-papa João Paulo II.

Emanuela Orlandi, filha de um porteiro do Vaticano, desapareceu em 22 de junho de 1983, após uma aula de música em Roma. Na época, ela tinha apenas 15 anos e morava com a família dentro do Vaticano. Seu desaparecimento é um dos mistérios mais antigos da Itália.

Na última terça-feira (11), o irmão de Emanuela, Pietro, se encontrou com o promotor-chefe do Vaticano, Alessandro Diddi, a quem o Papa deu liberdade para investigar o caso. Depois de falar com Diddi por mais de oito horas, Pietro Orlandi apareceu em um programa de televisão e reproduziu parte de uma gravação em áudio com a voz de um homem que, segundo ele, fazia parte de uma facção do crime organizado que a mídia italiana há décadas especula que pode ter estado envolvida no desaparecimento de sua irmã.

A voz do suposto gângster dizia que mais de 40 anos atrás meninas foram trazidas ao Vaticano para serem molestadas e que o Papa João Paulo tinha conehcimento do caso. Orlandi afirmou: "Dizem-me que Wojtyla (sobrenome do papa João Paulo II) costumava sair à noite com dois monsenhores poloneses e certamente não era para abençoar casas".

Os comentários foram condenados por autoridades do Vaticano nos últimos dias, e neste domingo, o próprio Papa falou sobre o tema em seu discurso diante de cerca de 20 mil pessoas na Praça de São Pedro. 

"Certo de interpretar os sentimentos dos fiéis de todo o mundo, dirijo um pensamento de gratidão à memória de São João Paulo II, nestes dias objeto de insinuações ofensivas e infundadas", ele afirmou.

A multidão, em sua maioria italiana, aplaudiu a fala do Papa. No sábado, o promotor-chefe do Vaticano convocou a advogada de Pietro Orlandi, Laura Sgro, que invocou sigilo advogado-cliente.

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