Investigação
Pastor Silas Malafaia é alvo de busca e apreensão da PF
Religioso foi abordado por agentes quando desembarcava no Galeão

Uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a Polícia Federal (PF) a apreender os celulares do pastor Silas Malafaia no início da noite desta quarta-feira (20), no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. A medida foi determinada no âmbito da PET nº 14129, que investiga tentativa de obstrução de Justiça relacionada à trama golpista.
A PET foi aberta para apurar a atuação de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro em articulações que, segundo a investigação, buscavam impedir o avanço de processos judiciais e influenciar testemunhas.
Entre os pontos analisados pelo Supremo estão suspeitas de que apoiadores teriam se organizado para dificultar a responsabilização de envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.
Malafaia desembarcava de um voo vindo de Lisboa quando foi abordado por agentes federais. Ele foi levado para uma sala do aeroporto, onde presta depoimento à PF.
Além da apreensão dos aparelhos, o pastor foi submetido a medidas cautelares que incluem a proibição de deixar o país e de manter contato com outros investigados.
Em nota, a Polícia Federal informou que "cumpriu, no início da noite desta quarta-feira (20), no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, mandado de busca pessoal e de busca e apreensão de aparelhos celulares, em cumprimento a decisão do Supremo Tribunal Federal, no âmbito da PET nº 14129", diz o comunicado. "Além disso, foram executadas medidas cautelares diversas da prisão, entre elas a proibição de deixar o país e de manter contato com outros investigados", finaliza a nota.
O que diz a PGR
A Procuradoria-Geral da República (PGR) também apoiou as medidas determinadas pelo Supremo. Em parecer assinado no dia 15, o procurador-geral Paulo Gonet afirmou que a Polícia Federal reuniu conversas e publicações em que Silas Malafaia teria atuado como orientador e colaborador em ações de pressão e obstrução atribuídas a Eduardo Bolsonaro e ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo Gonet, “impõe-se concluir que estão associados no propósito comum, bem como nas práticas dele resultante, de interferir ilicitamente no curso e no desenlace da Ação Penal nº 2668 (da tentativa de golpe), em que o ex-presidente figura como réu”.
O religioso segue na condição de investigado no processo conduzido pelo Supremo. Até a publicação desta reportagem, a defesa de Silas Malafaia não havia se manifestado.


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