Pessoas são presas por auxiliarem uso de 'cápsula' do suicídio

A polícia de Schaffhausen, na Suíça, prendeu várias pessoas, na terça-feira (24) sob suspeita de terem induzido uma mulher à utilização de uma ''cápsula' do suicídio. O caso foi descoberto após a morte de uma norte-americana, de 64 anos, ter usado o equipamento para realizar o suícidio. Segundo a ministra do Interior suíça, Elisabeth Baume Schneider, o dispositivo não atende às exigências da lei de produtos químicos que vigora no país.

O dispositivo lembra a forma de um sarcófago (urna que era inicialmente utilizada para sepultamento), e libera gás nitrogênio por meio de comandos internos que são dados pelos usuários que entram na cápsula. Na segunda-feira (23), uma mulher utilizou o sarcófago na cabana florestal de Merishausen, próximo ao Cantão de Schaffhausen.

A confirmação da morte foi comunicada pela empresa que teria realizado a assistência do suicídio, The Last Resort. Através do comunicado, a organização afirmou que o copresidente Florian Willet foi o único presente no momento da morte. Ele ainda descreveu que a morte da mulher foi "pacífica, rápida e digna’’, sob as árvores da floresta.

A polícia suíça confiscou a cápsula, achou o corpo da mulher e levou o cadáver para autópsia. A corporação abriu um processo criminal por incitação e assistência ao suicídio.

Prática autorizada na Suiça 

O suicídio assistido é uma prática comum na Suiça que decorre sob condições específicas. No caso do sarcófago, a cápsula está fora da lei e não tem permissão para operar no país.

Conforme a ministra do Interior suíça, Elisabeth Baume Schneider, em comunicado oficial na segunda-feira (23), a "cápsula de suicídio Sarco não está em conformidade com a lei". Isso porque, ela não atende aos requisitos de segurança dos produtos e o nitrogênio utilizado dentro do sarcófago não é compatível com a lei de produtos químicos.

Em resposta, a advogada e membro do conselho da empresa responsável pela execução do suicídio assistido da mulher norte-americana, declarou que a associação The Last Resort "sempre atuou com base nos conselhos legais de seus advogados".

"Desde 2021, eles sempre consideraram que o uso da Sarco na Suíça era legal", afirmou Fiona Stewart, advogada da organização em um comunicado.

Sarcófago 

O dispositivo foi criado pelo australiano Philip Nitschke, um ex-médico conhecido por posturas controversas sobre a eutanásia. A cápsula projetada por ele é uma pequena cabine violeta com rodas.

Para ativá-la, o usuário precisa deitar-se dentro dela e responder a diversas perguntas para confirmar que compreende o que está fazendo antes de acionar o botão que libera o nitrogênio.