Reajuste

Planos de saúde poderão ficar 15,5% mais caros

Medida foi anunciada pela ANS nesta quinta-feira (26).

Agência anunciou o aumento nesta quinta-feira (26).
Agência anunciou o aumento nesta quinta-feira (26). |  Foto: Agência Brasil
 

Os preços dos planos de saúde individuais ou familiares poderão aumentar em até 15,5% neste ano. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou o percentual máximo de reajuste nesta quinta-feira (26), após um percentual negativo no último ano.

Desde o começo do levantamento em 2000, esse é o maior reajuste já aprovado pela ANS. Segundo a agência, a mudança será aplicada aos planos médico-hospitalares com aniversário no período de maio de 2022 a abril de 2023, que foram contratados a partir de janeiro de 1999 ou que estão adaptados à nova legislação.

A agência ainda contou que o reajuste é calculado através das despesas com atendimento aos beneficiários, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e pelo quanto os clientes usam os planos.

De acordo com a ANS, os gastos assistenciais durante o ano de 2021 são uma justificativa para o aumento do reajuste.

No ano passado, houve uma diminuição no preço dos planos de saúde individuais de 8,19%, o único reajuste negativo desde 2000. A queda no uso dos serviços médicos durante a pandemia, como o adiamento dos procedimentos cirúrgicos e exames, foi o responsável pelo dado no ano passado.

"O índice de reajuste dos planos individuais reflete o comportamento das despesas assistenciais no ano anterior. Logo, em 2020, com a redução da frequência de utilização, a ANS definiu um reajuste negativo inédito, de -8,19%. Em 2021, com a retomada gradativa da utilização dos serviços de saúde e o aumento dos custos no setor, o índice autorizado retratou esse aumento de despesa. Ressalta-se ainda que os custos sofreram a influência do maior período inflacionário desde 2003", explicou a agência.

A diretora-executiva da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) Vera Valente informou que o percentual busca refletir o aumento de custos no período. Esse reajuste já era previsto pela federação que reúne 15 grupos de operadoras de planos de saúde.

"O reajuste dos planos de saúde é indispensável para recompor a variação de custos, garantindo a saúde financeira dos contratos e das operadoras e, dessa forma, a continuidade da oferta da assistência médica", disse Vera.

Repúdio

Após o reajuste, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) divulgou uma nota repudiando o ato. Segundo a instituição, essa aprovação surge em um momento de dificuldade econômica da população e acontece junto com o aumento dos preços de alimentos, serviços e custos de vida em geral.

“Causa espanto um percentual tão elevado, considerando que nos últimos anos os lucros aumentaram, com entrada de consumidores no mercado durante a pandemia. A questão é que essa metodologia foi pensada para situações de normalidade sanitária. O comportamento dos custos na pandemia foi extremamente atípico, o que demandaria uma reavaliação do reajuste deste ano”, afirma Ana Carolina Navarrete, coordenadora do Programa de Saúde do Idec. 

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