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Primeiro caso de coronavírus no Brasil é confirmado em contraprova
Um exame de contraprova realizado nesta quarta-feira (26) atestou oficialmente o primeiro caso de coronavírus no Brasil. Segundo informações do Ministério da Saúde durante coletiva de imprensa realizada às 11h30, o infectado é um homem, de 61 anos, que mora em São Paulo/SP.
O idoso retornou no último dia 21 da Itália, na região da Lombardia (norte do país), à trabalho, sozinho. Ele teria chegado no país europeu no dia 9 e ficado no local por quase duas semanas até retornar ao Brasil.
Na região onde o brasileiro passou a temporada, 11 pessoas já morreram no país vítimas da infecção, e o número de contágios subiu para mais de 350.
O homem deu entrada no Hospital Israelita Albert Einstein, na Zona Sul da capital paulista, na segunda-feira (21), ficou um período em observação e, segundo a instituição, foi enviado para casa, onde ficará isolado pelos próximos 14 dias. No atendimento, foram adotadas todas medidas preventivas para transmissão por gotículas, além da coleta de amostra e realização de testes para vírus respiratórios comuns e, também, o exame específico para SARS-CoV2 (RT-PCR, pelo protocolo Charité), conforme preconizado pela OMS.
Com os resultados preliminares positivos realizados pela unidade de saúde e de acordo com o Plano de Contingência Nacional, o hospital enviou a amostra para o laboratório de referência nacional, Instituto Adolfo Lutz, onde foi realizada a contraprova.
De acordo com o Ministério da Saúde, ele apresentou os sinais da doença: febre, tosse seca, dor de garganta e coriza. O paciente está bem, com sinais brandos e recebeu as orientações de precaução padrão.
"Agora que vamos ver como esse vírus vai se comportar no hemisfério sul, na situação de um país tropical, em pleno verão. Como vai ser o padrão de comportamento. É um vírus novo", explica o ministro Henrique Mandetta. "A partir dali começa o trabalho de localização de quais são os contatos próximos e eventuais. Os próximos são esposa, contato prologado, íntimo. Os contatos eventuais são pessoas q ficaram alguns instantes, alguns momentos c/ esse paciente", completa
O Hospital Albert Einstein informou que "o paciente encontra-se em bom estado clínico e sem necessidade de internação, permanecendo em isolamento respiratório que será mantido durante os próximos 14 dias. A equipe médica segue monitorando-o ativamente, assim como as pessoas que tiveram contato próximo com ele".
O que é coronavírus?
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (SARS-CoV-2) foi descoberto em 31 de dezembro de 2019 após casos registrados na China. Provoca a doença chamada de novo coronavírus (COVID-19).
Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
Transmissão
As investigações sobre as formas de transmissão do novo coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por gotículas respiratórias ou contato, está ocorrendo. Qualquer pessoa que tenha contato próximo (cerca de 1m) com alguém com sintomas respiratórios está em risco de ser exposta à infecção.
É importante observar que a disseminação de pessoa para pessoa pode ocorrer de forma continuada.
Alguns vírus são altamente contagiosos (como sarampo), enquanto outros são menos. Ainda não está claro com que facilidade o novo coronavírus se espalha de pessoa para pessoa.
Apesar disso, a transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como: gotículas de saliva; espirro; tosse; catarro; contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão; contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Os coronavírus apresentam uma transmissão menos intensa que o vírus da gripe e, portanto, indicam menor de grande circulação mundial.
O período médio de incubação por coronavírus é de 5 dias, com intervalos que chegam a 12 dias, período em que os primeiros sintomas levam para aparecer desde a infecção.
A transmissibilidade dos pacientes infectados por SARSCoV é em média de 7 dias após o início dos sintomas. No entanto, dados preliminares do Novo Coronavírus (SARS-CoV-2) sugerem que a transmissão possa ocorrer mesmo sem o aparecimento de sinais e sintomas. Até o momento, não há informaçõesção suficientes de quantos dias anteriores ao início dos sinais e sintomas uma pessoa infectada passa a transmitir o vírus.
Prevenção
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus.
Entre as medidas estão: lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool; evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas; evitar contato próximo com pessoas doentes; ficar em casa quando estiver doente; cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo; limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.
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