Sete membros do CV são mortos em confronto com a polícia

Sete integrantes da facção Comando Vermelho (CV) morreram durante um confronto com a polícia na madrugada desta sexta-feira (31), na cidade de Canindé, interior do Ceará. Os corpos foram levados ao Instituto Médico Legal (IML).

Ação ocorreu após equipes das forças de segurança se depararem com 15 membros de facção criminosa. O tiroteio aconteceu no bairro Campinas, área que, segundo as autoridades, é controlada por uma facção rival.

Os criminosos teriam ido ao local com o objetivo de expandir o domínio do Comando Vermelho, mas acabaram surpreendidos por equipes do Raio, Cotar (Comando Tático Rural), Força Tática (FT), FT Rural e Policiamento Ostensivo Geral.

De acordo com a Polícia Militar, foram apreendidos com o grupo diversas armas de fogo incluindo fuzis, pistolas, revólveres, além de granadas e um veículo.

A área foi isolada para o trabalho da Perícia Forense. O caso está sendo investigado pela Delegacia Regional de Canindé, que busca identificar os mortos e apurar a origem do armamento apreendido.

Guerra

De acordo com o governador Elmano de Freitas, sete facções criminosas disputam o controle de territórios no Ceará. Esses grupos buscam dominar áreas estratégicas para monopolizar o tráfico de drogas e também explorar outros serviços, como o fornecimento de internet.

Ainda segundo o governador, a rivalidade entre as facções é responsável por cerca de 90% dos homicídios registrados no estado. Esse cenário fez com que o Ceará alcançasse, em 2024, a maior taxa de homicídios dolosos por 100 mil habitantes do país, conforme dados do Mapa da Segurança Pública, divulgado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. O número de assassinatos desse tipo cresceu 9,85% no período: foram 2.893 casos em 2023, contra 3.178 em 2024.

Em algumas localidades, as facções também impõem cobranças a comerciantes e trabalhadores informais para permitir que continuem atuando. Um caso emblemático ocorreu em agosto de 2025, quando um vendedor de churrasco foi morto após se recusar a pagar uma “taxa” de R$ 1.000 exigida pelo grupo criminoso — valor mais que o dobro do que ele pagava anteriormente, cerca de R$ 400 por mês.