Logo Enfoco


    Sem intenção

    Técnico que limpou sofá é indiciado por incêndio que matou família

    Mãe de uma das vítimas ainda segue internada

    Publicado 23/10/2024 às 20:38 | Autor: Enfoco
    Ouça a reportagem
    Siga no Google News Siga o Enfoco no Google News
    Família caiu da janela quando tentava fugir da fumaça
    Família caiu da janela quando tentava fugir da fumaça |  Foto: Reprodução / Redes Sociais

    Um técnico de impermeabilização de estofados foi indiciado por incêndio culposo após a morte de um casal e um bebê em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. O incidente ocorreu dentro do apartamento da família, no qual o profissional estava prestando serviços de impermeabilização no sofá.

    O incêndio, ocorrido no final de agosto, resultou nas mortes de Graciane Rosa de Oliveira, de 35 anos, seu marido Luiz Evaldo, de 28, e o filho do casal, Léo, de apenas 19 dias.

    A investigação da Polícia Civil, que concluiu o inquérito nesta quarta-feira (23), apontou que o incêndio foi provocado pelo uso inadequado de um solvente inflamável. O produto havia sido adquirido pela própria família para a impermeabilização do móvel.

    Durante a aplicação do material, o gás liberado entrou em contato com uma chama acesa na cozinha, o que teria causado a explosão. O técnico, de acordo com a polícia, prestava o serviço de forma autônoma e não orientou os moradores sobre os riscos da operação.

    De acordo com o delegado Bruno Van Kuyk, responsável pela investigação, o técnico foi indiciado por agir de forma negligente.

    Aspas da citação
    Apesar de não haver intenção de causar o incêndio, a condução do serviço foi imprudente, o que levou ao trágico desfecho
    Bruno Van Kuyk Delegado
    Aspas da citação

    Ele responderá em liberdade pelas mortes e pela lesão corporal de Maria das Graças, mãe de Graciane, que estava no local e sobreviveu ao incidente, embora ainda esteja hospitalizada.

    Procedimentos irregulares

    O produto utilizado na impermeabilização foi adquirido pela internet, sendo facilmente acessível e sem restrições. Ainda de acordo com a investigação, o técnico aplicou o material em um espaço inadequado, utilizando uma bomba de pulverização em um ambiente fechado entre a sala e a cozinha do apartamento.

    As instruções do produto indicam que a aplicação deve ser feita em áreas ventiladas, orientação que não foi seguida. A análise da perícia concluiu que o gás resultante da vaporização do solvente se acumulou no ambiente até atingir a chama do fogão, desencadeando a explosão.

    O técnico, em depoimento, afirmou que havia prestado serviços anteriores à família e que, dessa vez, estava realizando a impermeabilização como um favor, cobrando apenas pela limpeza do sofá. A quebra do sigilo bancário das vítimas confirmou que Graciane havia comprado o produto por meio de um site de comércio eletrônico.

    Consequências

    A perícia técnica descartou outras possíveis causas do incêndio, como falhas elétricas ou vazamento de gás. Todas as estruturas do apartamento estavam em conformidade, restando apenas o contato do gás liberado pelo solvente com a chama como causa da explosão.

    Segundo o perito criminal Fernando Lerbach, o gás se acumulou rapidamente e, ao atingir o fogo, espalhou as chamas em alta velocidade pelo apartamento.

    A queda do casal e do bebê do sétimo andar, que ocorreu durante o incêndio, foi considerada acidental. O perito explicou que as vítimas tentaram buscar ar fresco na janela, mas se desequilibraram, resultando na queda.

    Incêndio aconteceu no final do mês de agosto em Goiás
    Incêndio aconteceu no final do mês de agosto em Goiás |  Foto: Reprodução / Redes Sociais

    A análise da proximidade dos corpos com a prumada do prédio reforçou a tese de queda acidental, sem evidências de que as vítimas teriam se jogado.

    O técnico de impermeabilização, que também se feriu no incidente, tentou socorrer as vítimas e, segundo o delegado, não tinha a intenção de causar o incêndio. "Ele se colocou em risco para tentar salvar as vítimas", ressaltou o delegado.

    Relembre o caso

    Na manhã do dia 27 de agosto, o incêndio ocorreu no apartamento do sétimo andar de um condomínio em Valparaíso de Goiás, enquanto o técnico realizava o serviço de impermeabilização. Graciane, seu marido Luiz Evaldo, e o filho recém-nascido, Léo, morreram após caírem da janela do apartamento durante o incêndio.

    O técnico e a mãe de Graciane conseguiram escapar das chamas, mas sofreram ferimentos. Vídeos gravados por moradores mostram o momento da explosão, seguida por muita fumaça e gritos.

    A perícia interditou os apartamentos entre o sexto e o 11º andar do edifício para avaliar os danos estruturais. A liberação dos imóveis só ocorreu após a emissão de um laudo da Defesa Civil, que garantiu que não havia risco de desabamento.

    Tags

    Grupo achados e perdidos do facebook Enfoco Grupo achados e perdidos do facebook Enfoco
    Achados e Perdidos

    Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!

    Entrar no grupo
    Artigo anterior
    <

    Elefante marinho tira 'férias' em praia da Região dos Lagos

    Próximo artigo
    >

    'Não quero ir embora', diz Sabrina Sato em relação a Niterói

    Relacionados em Brasil & Mundo