Lembrança triste

Tragédia da Boate Kiss completa 10 anos nesta sexta; relembre

Ninguém está preso e não há data para novo julgamento

Frente da casa noturna tem diversas mensagens
Frente da casa noturna tem diversas mensagens |  Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil
  

Onde você estava no dia 27 de janeiro de 2013? Um cartaz fixado na fachada da boate Kiss com essa pergunta relembra a tragédia que marcou o Brasil. Na madrugada daquele domingo, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, um incêndio no local levou a vida de 242 pessoas queimadas, pisoteadas e intoxicadas. Os 636 que sobreviveram ainda carregam as marcas no corpo e na memória. Nesta sexta-feira (27), a tragédia completa uma década e o ENFOCO elaborou uma linha do tempo para relembrar os fatos marcantes desta história.

Onde você estava no dia 27 de janeiro de 2013?
  

Cronologia na noite

A partir das 0h00, o público começou a chegar na boate, para a festa "Agromerados", organizada por alunos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

a uma da madrugada, o grupo Pimenta e seus Comparsas iniciou a apresentação no palco da casa noturna. O show durou pouco mais de uma hora. Por volta das 2h10, a banda Gurizada Fandangueira iniciou sua apresentação, e às 2h30, durante a música "Amor de chocolate", do cantor Naldo, que o cantor Marcelo de Jesus dos Santos acendeu um objeto pirotécnico dentro da boate. As fagulhas atingiram a espuma acústica que revestia o teto da boate e logo pegou fogo.

A fumaça tóxica se espalhou pela casa noturna e fez com que as pessoas desmaiassem em segundos. A boate estava superlotada, e não tinha equipamentos necessários para combater o fogo, nem saídas de emergência suficientes. Morreram pessoas que não conseguiram sair e outras que tinham saído, mas voltaram para ajudar.

Tragédia aconteceu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013
Tragédia aconteceu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013 |  Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil
  

Situação atual

Após 10 anos, o caso continua sem que ninguém tenha sido responsabilizado. O júri que havia condenado quatro pessoas - dois sócios da boate e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira chegaram a ser condenados-, mas foi anulado por questões processuais. Ainda não há data para novo julgamento.

Elissandro Callegaro Spohr, sócio da boate, Luciano Augusto Bonilha Leão, produtor e auxiliar da banda, Mauro Lodeiro Hoffmann, sócio da boate e Marcelo de Jesus dos Santos, músico da banda respondem por 242 homicídios consumados e 636 tentativas de homicídio.

Dos depoimento de sobreviventes, o de Delvani Brondani Rosso, de 29 anos, no dia 5 de dezembro de 2021, foi um dos que emocionou os jurados. "Quando eu fui caindo, eu fui me despedindo... da minha família, dos meus amigos", disse mostrando cicatrizes de queimaduras.

Delvani Brondani, de 29 anos, foi um dos sobreviventes
Delvani Brondani, de 29 anos, foi um dos sobreviventes |  Foto: Divulgação TJ-RS
  

O processo está, atualmente, na Secretaria da 1ª Câmara Criminal para diligências. Depois da conclusão dessa etapa, o caso será encaminhado para a 2ª Vice-presidência do TJ analisar se admite os recursos especial e extraordinário movidos pela acusação e pelas defesas.

Um recurso pede a retomada do julgamento na 1ª Câmara, enquanto o outro quer a prisão provisória dos réus. Se os recursos forem admitidos, eles seguirão para análise das instâncias superiores, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF), que vão decidir se aceitam ou não os pedidos.

Homenagem

Como parte da programação para resgatar a memória após os 10 anos do incêndio, foi realizado nesta sexta-feira (27) uma exposição que traz fotos de jovens que morreram na tragédia com a simulação de como estariam atualmente, na Praça Saldanha Marinho, em Santa Maria.

Os familiares também fizeram uma vigília em frente à casa noturna e uma caminhada, que começou na Praça Saldanha Marinho e seguiu em silêncio até a boate, a uma quadra de distância. Foi apresentada uma coreografia de dança retratando os eventos da tragédia e uma colagem de mensagens e imagens na fachada da Kiss.

Série

Nesta quarta-feira (25), a Netflix lançou a série Todo Dia a Mesma Noite, baseada no livro-reportagem homônimo de Daniela Arbex, trazendo para a ficção a história que abalou o Brasil. 

Em cinco episódios de 45 minutos, a minissérie foca em cobrar por justiça. A produção mostra desde o drama dos pais ao reconhecimento dos corpos, até a luta incessante da família para que os culpados sejam responsabilizados. 

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Netflix Brasil (@netflixbrasil)

< Saiba quem é o boy que gravou cena de oral com Anitta; veja fotos Público ataca e assedia MC Pipokinha em show; veja o vídeo <