Saúde
Vacina contra dengue do Butantan chega a 79,6% de eficácia em teste
O estudo entrou em fase final de produção
A vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan contra a dengue entrou em fase final dos testes e alcançou 79,6% de eficácia, de acordo com os resultados iniciais dos estudos clínicos que foram divulgados na última quinta-feira (15) pelo Instituto.
Para análise preliminar, foram usados dados de dois anos de acompanhamento dos 16,2 mil voluntários que fizeram parte da fase 3 do estudo (a última antes de registrar o pedido). De acordo com o protocolo do teste, serão seguidos por cinco anos e devido a isso a eficácia final do imunizante só será liberada em 2024. No entanto, os dados parciais animaram os pesquisadores.
O estudo contou com a participação de 16 centros de pesquisas, contando com 14 estados do país. Os voluntários foram separados de forma aleatória em dois grupos, dois terços se vacinaram e um terço recebeu o placebo.
Segundo Fernanda Boulos, diretora-médica do Butantan, já foram 135 casos da doença entre os participantes, 100 entre aqueles que não se imunizaram e apenas 35 foram vacinados.
"Embora preliminar, é um resultado robusto, com significância estatística. E ainda de uma vacina em dose única e que poderá ser indicada para crianças, adolescentes e adultos. Estamos otimistas", afirmou Fernanda. Os resultados devem sair em uma publicação em uma revista científica em 2023.
Sobre a proteção:
O Butantan informou que os participantes da pesquisa tinham entre 2 e 59 anos, alguns com e outros sem a exposição do vírus da dengue. Os voluntários já tinham sido infectados antes do estudo, a eficácia foi de 89,2%. Os que nunca tinham contraído a doença, a proteção foi um pouco inferior, de 73,5%.
Foi calculada a eficácia para os quatro sorotipos do vírus da dengue, para o tipo 1, a eficácia foi de 89,5%, o tipo 2, foi de 69,6%. Tipo 3 e 4 não existem dados de eficácia, pois as cepas não foram circuladas amplamente no País durante o período de análise.
Problemas:
Não existe nenhum registro de pessoas hospitalizadas ou mortas entre os voluntários de nenhum dos dois grupos. Devido a isto, ainda não é possível saber a eficácia da vacina para casos mais graves.
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