Cidades
A conta não fecha: julho tem nova disparada em preços de alimentos
A cesta básica ficou 5% mais cara neste mês de julho e os vilões continuam os mesmos: os legumes. A disparada nos preços dos alimentos, considerados essenciais na mesa do brasileiro, assusta e preocupa o consumidor que, cada vez mais, precisa se desdobrar para conseguir fechar a conta do mês sem deixar faltar nada em casa.
No setor das leguminosas, por exemplo, alguns valores chegaram a dobrar, se comparado ao mês de junho. O tomate apresentou nova alta e pode ser encontrado em Niterói por quase R$ 7,00 o quilo. No mês passado, a fruta ainda esta encontrada por R$2,95, dependendo do local, um aumento de 137%.
Em junho, segundo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o clima ainda era de otimismo quando a cesta básica sofreu redução de 0,57%, mas a nova alta é confirmada, de acordo com o coordenador do Índice de Preços do Consumidor da Fundação Getúlio Vargas, André Braz.
“A gente está passando por um período em que a seca e a crise hídrica podem ser estendidas a alimentação, diminuindo a oferta de alguns produtos. Então, por exemplo, se a seca afeta a safra de milho, isso pode afetar o preço do frango, porque aumenta os custos de criação de aves”
Outro item que deve pesar no bolso do consumidor é o pimentão, que sofreu aumento de 76,9% e está sendo comercializado por até R$6,99, o quilo, de acordo com o estabelecimento. Apesar de não ser tão essencial à mesa como o tomate, o legume sempre aparece entre as principais receitas na casa do brasileiro.
A cenoura também apresentou alta, sendo encontrada por até R$4,69 em Niterói, quando no mês passado o valor mais alto foi encontrado por R$2,99. Com isso, o tubérculo ostenta uma alta de 56,8%.
Ainda de acordo com o especialista da FGV, o aumento também se deve ao comportamento do estado do Rio na produção e distribuição dos alimentos, já que, de acordo com a época do ano, os preços deveriam estar caindo.
“Os in natura podem sustentar uma queda um pouco mais longa se valendo desse clima mais ameno do inverno, que lança um desafio menor a esses agricultores, aumentando a oferta e permitindo que o preço recue um pouco. Mas isso também vai depender da cidade onde está no país, em Niterói, por exemplo, sendo um município do Rio, abastecido pelos mesmos produtores, o estado deveria ter um comportamento mais benigno para esses alimentos in natura que o resto do país”, explica.
Moradora de Niterói, Jussara Pereira é cliente assídua dos mercados da cidade e afirma usar muito jogo de cintura para tentar economizar e levar tudo o que precisa sem fugir do orçamento.
“Os preços deram um aumentinho, estão mais salgados esse mês. O jeito é levar um pouquinho de cada coisa e ovo para complementar, mas os preços dos legumes me deixou assustada”
Arroz
Seguindo na contramão, o arroz e o óleo apresentaram queda em alguns mercados niteroienses. O cereal básico essencial apresentou queda de 37,19% e pode ser encontrado por até R$4,39 o quilo, dependendo da região pesquisada. No mês passado, o mesmo produto custava até R$6,99.
O óleo é outro que também está mais em conta. Em comparação com mês de junho, o produto ficou 12,68% mais barato e pode ser comprado custando até R$7,85, apesar do valor ainda bem elevado.
Frutas
Não foram só os legumes que apresentaram aumento, a alta nos preços atingiu também as frutas, como a laranja e banana. Entre os setores do mercado, o hortifruti foi o que mais apresentou diferença de preços em relação ao último mês, com aumento de 13,5% entre os valores.
A laranja e o limão, antes comercializados a R$2,95 e R$2,69, respectivamente, estão custando em média R$3,79 e R$3,19. Já a banana, a queridinha dos adeptos aos exercícios, no mês passado custava até R$3,98 em supermercados e agora pode ser encontrada por até R$5,90.
Com a alta na grande maioria dos produtos da hortifruti, a saída é pesquisar bastante antes de escolher o estabelecimento para comprar, ou aguardar o famoso 'dia da feira' no bairro e aproveitar as promoções, alguns preços mais em conta e a oportunidade de pechinchar direto com o vendedor.
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