Cultura
Após 2 anos, Ilha Fiscal reabre visitações. O ENFOCO esteve lá!
Joia da Baia de Guanabara passou por reformas estruturais
Um elo entre o presente e o passado. É a experiência que visitantes da Ilha Fiscal, no Rio de Janeiro, voltam a ter a partir deste sábado (8).
Construída no fim do século XIX, a pedido de Dom Pedro II, para servir de posto alfandegário, a ilhota que também foi palco do último baile do Império, vai receber curiosos da História — sempre de quarta-feira a domingo em três horários: 12h45, 14h15 e 15h30.
Os ingressos custam R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia) e podem ser comprados no site ou na bilheteria do Espaço Cultural da Marinha, ao lado da Praça XV, no Centro do Rio.
A visitação tem a duração de 1h45, aproximadamente, incluso o deslocamento de ida e volta, no verdadeiro 'Museu a céu aberto', que pode ser feito por micro-ônibus ou escuna, sempre com guia turístico.
Exposição da Galeota de Dom João VI (Galeota Imperial) é destaque
A joia em plena Baía de Guanabara conta com 1.500 metros quadrados e estava fechada há quase dois anos, devido a obras de recuperação estrutural, conservação e restauração, fruto de parceria com o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) e outras frentes governamentais.
Neste retorno triunfal, mais um atrativo: a exposição da Galeota de Dom João VI (Galeota Imperial), embarcação usada pela família real, e que pesa 30 toneladas.
Há nove anos ela estava guardada, após ser retirada do Espaço Cultural da Marinha (ECM), pertencente ao Museu Naval do Rio de Janeiro, ao lado da Praça XV, na Região Central, por consequência de danos estruturais no píer.
Agora, para evitar corrosões geradas por condições climáticas, a Galeota, que tem elementos de talha dourados, fruto de trabalho da Associação Espírito Santo Cultura (AESC), está à mostra em um espaço cercado por vidro na Ilha Fiscal, e que pode ser acessado pelo público.
"É uma satisfação muito grande abrir a Ilha para o público. Recebemos, em média, cerca de 40 mil visitantes por ano. Agora, há possibilidade de aumentar esse número", diz empolgado o vice-almirante José Carlos Mathias, diretor do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha.
O castelo verde neogótico, com suas imponentes torres pontudas é um projeto do engenheiro Adolfo Del Vecchio. O estilo, pouco presente no Brasil, é o grande charme da edificação.
A capitão de fragatas e museóloga Miriam Benevenute, responsável pelo acervo histórico da Marinha, revela que o retorno dos passeios entrega ao público 'o melhor dos mundos', com a reabertura da Ilha e a nova exposição da Galeota.
"Eu acho que as pessoas estão carentes de vê-la. Quem viu a Galeota, mais novo, lá no Espaço Cultural, há nove anos, que vinha com pai, com criança, e que quer mostrar pro filho, pro neto, tem uma frustração de não poder vê-la, né? E poder juntar o melhor dos mundos: estar na Ilha Fiscal e voltar a ver a Galeota! Será um atrativo a mais e é justo devolver isso pra sociedade carioca", enfatiza.
Embarque
O sistema de som fará a chamada para embarque, cerca de 20 minutos antes do horário de cada passeio, pedindo para que o público se concentre no pátio, em frente a bilheteria, no Espaço Cultural da Marinha.
Um militar conduzirá o grupo ao local do embarque , escuna ou micro-ônibus, e ao embarcar será cobrado o ingresso recebido na validação (check-in), bem como o ingresso de cortesia do não pagante, caso haja.
O deslocamento para a Ilha Fiscal, tanto de escuna ou micro-ônibus, será de, aproximadamente, 20 minutos.
Segundo a Marinha do Brasil, o estabelecimento de qual meio realizará o passeio depende de vários fatores, entre previsão climática, condições de navegação, avarias e manutenção preventiva dos meios.
A Ilha Fiscal por manter a arquitetura original, possui como principal pavimentação o paralelepípedo e uma pequena calçada que contorna todo o castelo.
Os circuitos expositivos são acessados por meios de degraus, como por exemplo o Torreão, parte central, localizada no segundo pavimento, que contém 38 degraus em pedras, dispostas em torno de um eixo, formato caracol, podendo ocorrer tonturas, principalmente para quem sofre de labirintite. Os demais circuitos expositivos possuem o acesso com no máximo 10 degraus. Não há elevador.
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