Triste
Babá morre em SG após 39 dias internada por queimaduras
Acidente com Valéria Cristina aconteceu durante festa junina
Após 39 dias de internação em um dos isolamentos do CTI do Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, a babá Valéria Cristina Nazário Pereira, de 48 anos, morreu nesta quarta-feira (02). Ela deu entrada na unidade na noite de São João, após cair numa fogueira, durante uma festa junina, no bairro Marambaia, em Itaboraí.
Segundo a unidade de saúde, Valéria foi atendida no centro de trauma com queimaduras graves nas pernas e quadril. Passou por dezenas de procedimentos no centro cirúrgico, mas seu quadro de saúde piorou nas últimas duas semanas, e a babá precisou ser entubada e receber bolsas de sangue.
“Eu caí e desmaiei. Não sei nem quem me socorreu. Acordei no hospital, na medicação, no soro e com a perna enfaixada. Deus me salvou”, relatou à época a babá assim que chegou ao CTI.
Equipe triste
O dia foi de tristeza durante todo o dia no Hospital Estadual Alberto Torres. Médicos, enfermeiros, maqueiros e pessoal administrativo lamentaram a perda da paciente.
“Uma pessoa doce, carinhosa, sempre com um sorriso no rosto, grata, educada, com uma vontade de viver enorme. Conquistou o coração de todos desde o dia que chegou. Todo mundo que passava na porta do isolamento mexia com ela. Estamos tristes. Deus sabe que fizemos o possível e o impossível para cuidar dela. Que descanse em paz e que Deus conforte os nossos corações e dos familiares”, disse Lilian Tavares, coordenadora do CTI 4 do Heat.
O corpo de Valéria será velado nesta quinta-feira (03) na Capela do Cemitério São João Batista, em Itaboraí. O sepultamento está marcado para as 14h.
Mais de 170 casos até maio
Ainda de acordo com o Heat, somente nos cinco primeiros meses deste ano, 174 pessoas deram entrada no hospital vítimas de queimaduras. O número é cerca de 56% maior em relação ao mesmo período do ano passado, quando a unidade atendeu 113 pacientes. Líquido quente é a principal causa de queimaduras mais leves, e os inflamáveis e choques elétricos os principais motivos de queimaduras graves.
Junho, julho e agosto são realizadas as festas típicas e é, neste período, que o risco de pessoas vítimas de queimaduras aumenta e a atenção precisa ser redobrada. A tradicional fogueira, os balões, a brincadeira com os fogos de artifício e até a manipulação dos caldos, prato tradicional desta época, representam um perigo não só para as crianças, mas também para os adultos.
“Isso também vale para os fogos de artifício e, principalmente, para os balões, uma prática proibida que pode causar muitos estragos. Os explosivos são perigosos e podem provocar queimaduras graves, amputações e até cegueira”, explicou o coordenador do Centro de Trauma do Heat, Marcelo Pessoa.
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