Restauração
Casa do Estudante tem rachaduras e provoca riscos em Niterói
Pretensão de restauração da estrutura foi anunciada em 2019
A estrutura danificada da fachada da Casa do Estudande Fluminense, na Rua Hernani Melo, em São Domingos, no Centro de Niterói, preocupa pedestres que trafegam pelo local. Isso porque a pretensão de restauração da estrutura anunciada em 2019 ainda não foi realizada e paredes rachadas têm ocasionado queda de pedaços de concreto frequentemente.
De acordo com o aposentado Emanuel Cruz, 65 anos, que passa pelo local quase que diariamente para realizar caminhadas, a falta de restruturação pode ocasionar graves acidentes.
"O risco de um desses pedaços que caem atingir e ferir alguém é enorme, dependendo da altura que cair e o tamanho do pedaço, pode até matar alguém, mas como sempre vão esperar acontecer alguma tragédia para tomarem providências. Isso aqui já está caindo aos pedaços tem muitos anos, está abandonado", desabafou.
Em 2018, estudantes ocuparam o prédio em luta por moradia. O movimento reuniu dezenas de estudantes por semanas dentro da unidade, que cobravam melhorias e a disponibilidade do espaço.
Em 2019, a restauração da casa do estudante foi pauta da reunião com a secretária de Educação, Ciência e Tecnologia, na época, Flávia Monteiro de Barros Araújo, e com o presidente da Fundação Municipal de Educação de Niterói, na época Bruno Ribeiro. O principal assunto do encontro foi a conclusão do convênio a ser firmado com a prefeitura da cidade. O plano era com participação acadêmica da Universidade Federal Fluminense, tornar o local um ambiente de moradia, estudo e cidadania. Inicialmente envolvendo as áreas de turismo e hotelaria, serviço social, nutrição, dentre outras.
História Casa do Estudante
A sede da Casa do Estudante Fluminense, instituição criada pela lei n° 419 de 18 de maio de 1949, já hospedava estudantes carentes desde 1925, por iniciativa de sua proprietária Maria Júlia Braga. Sem condições para mantê-la, foi adquirida pelo Estado em 1968, por ato judicial, devido à ausência de herdeiros. Em 1978, foi comprada pela Cia. Brasileira de Energia Elétrica. Contudo, a casa permaneceu sob a responsabilidade da Secretaria Estadual de Educação. Em 2001 foi tombada como Patrimônio Cultural de Niterói. Em 2013, a casa teve seus últimos moradores.
A edificação, típica da segunda década do século XX, é construída em alvenaria de pedra e tijolos, com dois pavimentos sobre porão alto. As fachadas ocupam os limites do lote urbano e a esquina é chanfrada. Apresenta decoração simples, portas com requadros de granito entremeadas por janelas, algumas com guarda-corpo de pesados balaústres. As fachadas são arrematadas por discreta ornamentação em estuque, tendo ainda platibanda que esconde a cobertura em telhas francesas.
Procurada, a Prefeitura de Niterói informou que a secretaria Municipal de Obras informa que o projeto para reforma da Casa do Estudante, com intervenções nos ambientes interno e externo, este último com aprovação do Departamento de Preservação do Patrimônio Cultural de Niterói (DePac), foi concluído e, no momento, passa pelos trâmites dos órgãos de controle interno da Prefeitura de Niterói. A Secretaria Municipal de Defesa Civil enfatiza que fará uma vistoria no local.
Já a UFF não prestou esclarecimentos.
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