Campeã
Comemoração da Grande Rio atravessa a madrugada
Escola encantou a Sapucaí com enredo de matriz africana
A vitória da Acadêmicos do Grande Rio tirou o sono de caxienses que amanheceram na porta da quadra, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, nesta quarta-feira (27).
Interprete da Grande Rio, Evandro Malandro disse que ainda não conseguiu dormir.
Nem consegui dormir. A hora que o presidente ligar estaremos aqui de volta.
Parte do público virou a noite celebrando. Um pequeno grupo foi notado em frente à escola logo nas primeiras horas desta manhã aos gritos de 'é campeã'.
Pablo Dereon, 39 anos, é um exemplo. Apesar de ser Mangueirense, ele veio de Bangu prestigiar a escola e ficou de vez.
“Estou aqui desde ontem, virado, e não vou embora. Eu sou Mangueirense, tenho amigos aqui e vim pra cá. Amo carnaval. Eu estou aqui por causa dos meus orixás, a Grande Rio mereceu”, contou.
Fã de carteirinha da escola de samba, Patrícia Souza destacou que o Centro de Caxias já sente os impactos do título da Grande Rio.
"A vitória da Grande Rio ontem, ainda reflete pela manhã, com trânsito parado e filas dos ônibus lotadas. Ainda está ralando a comemoração", vibrou.
Já Luan Tavares compartilhou o orgulho de ter a escola do coração campeã.
"Muito bom acordar campeão e bêbado, obrigado Grande Rio", brincou.
Caxiense estava precisando desse título
Rafaela Lemons esteve na quadra da escola e contou que até o estoque de cerveja acabou.
"Acabaram com a cerveja da escola, não tinha nem pra comprar, isso em plena terça-feira. Caxiense estava precisando desse título", vibrou.
A estudante de pedagogia Gabriella Pereira saiu de casa às 6h para ir até a faculdade e sorriu ao ver integrantes da Grande Rio na porta da escola.
"Eu indo para à faculdade e o povo na Grande Rio bebendo ainda na porta da escola", compartilhou.
Leonardo Felipe foi outro que se surpreendeu com a quadra cheia ainda cedo.
"Eu indo trabalhar e a rua da quadra da Grande Rio lotada ainda, doideira", brincou.
Desfile
A Grande Rio encantou a Marquês de Sapucaí com um enredo religioso de matriz africana: “Fala, Majeté! Sete Chaves de Exu”, dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora.
A escola levou para a avenida as histórias e manifestações artísticas e culturais do orixá, uma das entidades mais reverenciadas nas religiões de matriz africana e também alvo de muito preconceito.
E, mais uma vez, trouxe um enredo contra a intolerância religiosa, dando voz àqueles que foram historicamente impedidos de falar.
Inacreditável
O passista Marcos Vinicius definiu a vitória da Grande Rio como ‘inacreditável’.
“Inacreditável ter chegado até aqui depois de tanto tempo, depois de tanto ensaio e tanto esforço. Ainda não consegui dormir. É muita emoção”, contou.
O ator Demerson D'Alvaro, de 35 anos, que personificou o Exu do enredo da Grande Rio, chamou atenção para o fim da intolerância religiosa.
Ele falou, ainda, que vai comemorar o título num almoço com a mãe e que logo depois parte para o trabalho.
“Agora é festejar, esperar as campeãs, a comunidade merece. Minha esposa fica doida comigo, vim aqui hoje de manhã, mais tarde vou almoçar com a minha mãe e depois vou trabalhar normal, vida que segue. A mensagem que eu deixo é: curtam, se divirtam. E acabar com o fim da intolerância religiosa. Cada um fazendo a sua parte a gente consegue minimizar”, falou.
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