Trânsito

Corpo de ciclista atropelado segue em hospital

Homem pedalava na Zona Sul do Rio quando foi atingido por van

Márcio Rodrigues estava de bicicleta quando foi atropelado e caiu no costão da Niemeyer
Márcio Rodrigues estava de bicicleta quando foi atropelado e caiu no costão da Niemeyer |  Foto: Rede Social
 

O corpo do gerente de restaurante Márcio Freire Rodrigues, de 43 anos, segue no Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, após sua morte que ocorreu na última quarta-feira (30). Ele foi atropelado por uma van e caiu no costão da Avenida Niemeyer, na Zona Sul do Rio, naquele dia. Márcio deixa a esposa e um filho. 

O motorista da van que atingiu a vítima disse que perdeu o controle do veículo. Márcio foi socorrido pelos bombeiros no início da manhã e foi levado para a unidade médica onde morreu.  Testemunhas contaram que Márcio saiu do local do acidente falando e lúcido. 

O caso está sendo investigado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
 

A delegada Bianca Rodrigues, da 15ª DP (Gávea), afirmou que  vai ouvir mais uma testemunha do caso nesta quinta-feira (1º). 

Parentes confirmaram que a mãe da vítima estava em uma viagem para Salvador e não sabia do acidente do filho até hoje, quando retornou de viagem. Os familiares estão no hospital para fazer a liberação do corpo, que seguirá para o Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro do Rio. Lá, será resolvido o horário do velório e do sepultamento. 

Márcio era carioca e morava em Copacabana. A mãe, que é cearense, mora atualmente em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. 

Ciclistas reclamam de trânsito no Rio 

O acidente que vitimou Márcio foi o mais recente de uma longa lista da Avenida Niemeyer e toda a cidade do Rio. Em 2017, um outro ciclista foi atropelado na mesma  via e teve uma luxação no ombro. O acidente foi relatado por Raphael Pazos, de 47 anos, hoteleiro e  voluntário da Associação dos Ciclistas do Estado do Rio (Acerj):

A morte do Márcio não foi a primeira e infelizmente não será a última no violento trânsito da cidade Raphael Pazos, Voluntário da Acerj
 

“As pessoas estão nervosas, não respeitam o próximo e estão sem empatia. Um atropelamento que causa uma morte não dá em nada, a verdade é essa. Não há punição. O nosso Código de Trânsito Brasileiro também é defasado, apesar de ter sido renovado no ano passado”, avaliou. 

Márcio deixa uma esposa e um filho
Márcio deixa uma esposa e um filho |  Foto: Rede Social
 

Legislação precisa de atualização

Raphael lembra que a bicicleta é um veículo de propulsão humana garantido pelo código brasileiro e precisa de uma legislação mais moderna:

“Apesar de ser uma grande conquista, ela foi inserida num código feito para veículos automotores. Falaram que o Márcio não deveria estar lá no contrafluxo, mas como uma pessoa a pé ou de bicicleta realiza esse deslocamento de Leblon para São Conrado no dia em horário em que ele fez. Pelo túnel? Não pode. A ciclovia Tim Maia está inutilizada desde 2016, só resta pedalar no contrafluxo e foi o que ocorreu”, disse. 

Dentre os desafios encontrados pelos ciclistas, Raphael enumerou problemas como violência no trânsito e falta de ações conjuntas entre as secretarias do governo.

“Não adianta fazer uma ciclovia ou uma ciclofaixa sem conservação, sem iluminação adequada para circular durante a noite... As crianças devem ser educadas para o trânsito, consciente de seus direitos e deveres na escola. Isso depende de ação conjunta da administração. A bicicleta não é mais um brinquedo, é um veículo. Também devemos conscientizar a população que o lugar do ciclista é na via pública, tem muita gente que desconhece isso”, contou.

O voluntário da Acerj diz que também é necessário melhorar os dados que existem sobre acidentes envolvendo ciclistas. Segundo Raphael, muitas vezes eles acabam sendo registrados como se a vítima fosse um pedestre.

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