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Doença similar ao 'Mal da Vaca Louca' é investigada no Rio

Fundação Oswaldo Cruz, FIOCRUZ
Fundação Oswaldo Cruz, FIOCRUZ |  Foto: Erasmo Salomão/MS
Pacientes estão internados em Manguinhos. Foto: Divulgação

Dois casos da doença Creutzfeldt-Jakob (DCJ), mais conhecida quando propagada em animais como 'Mal da Vaca Louca', são investigados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). É que dois pacientes estão internados no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, em Manguinhos, Zona Norte do Rio de Janeiro, com sintomas.

Procurada, a Fiocruz ainda não informou sobre a identificação dos pacientes, o tempo de internação, quando foram contaminados e o estado de saúde. De acordo com a Secretaria de Estado do Rio de Janeiro (SES), a doença nos pacientes foi esporádica, ou seja, ocorreu de forma espontânea e não está ligada ao consumo de carne bovina contaminada.

A SES informou ainda que um dos envolvidos internados é uma mulher de 59 anos. Segundo a secretaria, a vítima apresentou sintomas em outubro e o Instituto Nacional de Infectologia (INI) já fez a notificação na terça-feira (9), sendo tranferida para a unidade nesta quarta-feira (10). A investigação segue em andamento para identificar as causas da doença na mulher e o local de residência.

Ainda de acordo com a pasta, o outro paciente é um homem de 55 anos, morador de Duque de Caxias, com sintomas desde agosto. A notificação ocorreu no último dia 29 de outubro pelo (INI). Segundo a SES, a investigação foi encerrada pela vigilância municipal de Duque de Caxias com quadro de DCJ esporádica, não possuindo relação com a doença da vaca louca.

A Secretaria Municipal de Duque de Caxias informou, no entanto, que o paciente apresentou sintomas de demência e perda de coordenação muscular.

Em setembro deste ano, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) registrou dois casos da doença em animais de Belo Horizonte, Minas Gerais, e em Nova Canaã do Norte, no Mato Grosso. Na época, o ministério revelou que o vírus foi encontrado na carne de bois que não chegou a ser comercializada, não apresentando risco à população.

No entanto, acabou prejudicando a exportação de carne bovina para a China, suspensa desde então.

Vaca louca

A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), mais conhecida como 'mal da vaca louca' é uma doença que atinge bovinos adultos e provoca uma degeneração do sistema nervoso, causando a morte desses animais. Ela é gerada a partir de uma proteína infecciosa chamada de príon, presente no cérebro de mamíferos.

Desta forma, a infecção pode ocorrer de forma natural, pela proteína se multiplicar de forma demasiada, e pela contaminação através da alimentação infectada. No caso de humanos, a contaminação pode ocorrer da mesma forma.

Creutzfeldt-Jakob (DCJ)

A doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) é um tipo de Encefalopatia Espongiforme Transmissível (EPTT), também adquirida pela proteína príon, presente no cérebro, que acomete em humanos. Segundo o Ministério da Saúde, ela pode provocar uma desordem cerebral com perda de memória e tremores.

De acordo com a Saúde, 'na variante da doença de Creutzfeldt–Jakob (vDCJ), a transmissão pode acontecer pelo consumo de carne e subprodutos de bovinos contaminados com Encefalite Espongiforme Bovina (EEB). Por outra parte, é a única forma de DCJ onde existem evidências de que a transmissão pode acorrer por meio da exposição ao sangue, produtos sanguíneos ou instrumentos utilizados no processo.'

A DCJ ocorre normalmente em pessoas com 60 a 80 anos e é causada de forma natural. Já a vDCJ costuma aparecer em pessoas com menos de 30 anos, por causa da ingestão de carne bovina contaminada.

Sintomas

Segundo o Ministério da saúde: a Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) e a sua variante podem produzir os seguintes sintomas:

  • Desordem cerebral com perda de memória;
  • tremores;
  • falta de coordenação de movimentos musculares;
  • Distúrbios da linguagem;
  • Perda da capacidade de comunicação;
  • Perda visual.

As pessoas também podem apresentar insônia, depressão, sensações inusitadas, desordem na marcha, postura rígida, ataques epilépticos e paralisia facial. 

Cura

Ainda há estudos para identificar uma forma de curar pessoas com a doença, que geralmente é fatal para os humanos. O tratamento pode ser realizado com drogas antivirais e corticóides.

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