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Família de bebê morto em hospital de Niterói exige respostas

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|  Foto: Pedro Conforte
Juliana foi queimada e morreu no dia 28 de agosto, no Getulinho. Foto: Arquivo/Pedro Conforte

Respostas. É o que o pai da bebê Juliana Duarte Anastácio, que faleceu aos seis meses, procura após mais de um ano de investigação sobre o caso. A morte da criança aconteceu após ela ter 37% do corpo queimado enquanto estava internada no Hospital Municipal Getúlio Vargas Filho, o Getulinho, no Fonseca, Zona Norte de Niterói. Até o momento, a polícia civil não encerrou o inquérito, deixando a família aflita por respostas.

Juliana sofria de meningite e microcefalia. Por isso necessitava de internações frequentes para cuidados médicos e, em um desses casos, ela precisou ser enfaixada por um descuido: a menina foi queimada após um banho com água quente. De acordo com o pai, Jefferson Anastácio, que é cuidador de idosos, os investigadores não informaram nenhuma atualização sobre o caso.

"Vai fazer um ano e meio e até agora a Polícia Civil não decretou o fim do inquérito da minha filha. Não falaram nada pra mim. Resposta exata a gente não teve nenhuma. Por isso que estamos correndo atrás: para não deixar que esse caso seja igual muitos que acontecem por aí. Se fosse a filha de um juiz, não ia levar mais de 30 dias para resolver. Quero que quem fez isso com a minha filha pague".

Jefferson Anastácio, pai de Juliana

Jefferson resume seu sentimento com uma palavra: angústia. O cuidador de idosos procura respostas com a Polícia Civil, mas não obtém retorno. A morte de Juliana aconteceu no dia 28 de agosto de 2020, 10 dias depois ter o corpo queimado após um banho com água quente.

"Eu estava trabalhando e a Luara, mãe da Juliana, foi em casa para pegar uma roupa para ela, porque ia descer para a enfermaria. Ela tinha dado uma melhorada. Nesse tempo em que ela foi e voltou, foi quando aconteceu tudo. Ninguém ligou pra gente pra avisar nada. Só quando a mãe chegou e viu a filha toda enfaixada que soube que ela foi queimada", contou Jefferson.

O pai foi a primeira pessoa a receber a notícia da morte de Juliana. De acordo com ele, a informação chegou durante o horário de almoço após os médicos tentarem reanimá-la. "Eu quero pedir para o juiz que está nesse caso para dar uma resposta para a gente. Não aguentamos mais. Quero que esse caso seja resolvido o mais rápido possível".

Segundo a Polícia Civil, a Delegacia do Fonseca (78ª DP) informou que o inquérito está na fase final.

"O inquérito foi relatado, com o indiciamento de duas enfermeiras, e encaminhado ao Ministério Público, que solicitou a inclusão de laudos complementares. O inquérito será enviado ao órgão nos próximos dias", afirmou a distrital em nota.

Procurada, a Prefeitura de Niterói informou que o resultado da sindicância interna foi encaminhado para a Polícia Civil e agora tramita dentro do poder judiciário. Também ressaltou que foram entregues todos os documentos e esclarecimentos exigidos no processo.

Em relação ao quadro pessoal de profissionais, o Executivo disse que não acompanha ex-funcionários após o desligamento da unidade. A técnica de enfermagem, envolvida no caso, foi exonerada no ano passado.

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