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Indefinição sobre o futuro do Clube Tamoio gera manifestação

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Antiga diretoria, associados e defensores da cultura estiveram no local. Foto: Lucas Benevides

O primeiro dia após a tomada de posse dos novos proprietários do Clube Tamoio foi marcado por tristeza, revolta e acusações dos antigos donos de um dos principais patrimônios culturais do município de São Gonçalo. Na manhã desta sexta-feira (22), cerca de 50 representantes da antiga diretoria, associados e defensores da cultura estiveram no local e demonstraram tensão pelo futuro do clube, localizado na Avenida Presidente Kennedy, no Zé Garoto. Os manifestantes fecharam parte da Avenida Presidente Kennedy, por volta de 11h15.

Uma das pessoas que lamentou a passagem de posse do Clube Tamoio foi a vendedora Aline Viana, que havia agendado o aniversário da filha, de apenas 7 anos de idade, para a próxima semana e esteve no local para entender os próximos passos do aniversário da criança.

“Eu acho que os novos donos tinham que arcar com a agenda das pessoas que abriram mão de fazerem os eventos em outros locais para poder prestigiar aqui. É uma dor muito grande, graças a Deus, a antiga diretoria conseguiu nos reembolsar. Minha família está muito triste, vamos ter que nos desdobrar para dar um pouco de felicidade para a minha filha. O que eu vou falar para ela agora?!”, disse a vendedora.

Um dos sócios do clube, o cozinheiro Ulisses Peixoto, de 60 anos, lamentou a perda de um templo cultural para o município e se demonstrou preocupado com o futuro do espaço, que agora será de propriedade de um grupo de empresários do município, que já tiveram uma casa de festa bastante conhecida, que foi vendida para a Igreja Universal.

“Isso que estão fazendo é uma das maiores vergonhas já vistas em São Gonçalo. Estão destruindo um patrimônio histórico da cidade por interesses alheios. Sentiremos saudades, mas enquanto 'há fumaça, há fogo'. O Tamoio vive em nossos corações”, disse o sócio.

Embora existam conspirações sobre o futuro do Clube Tamoio, um representante do grupo de empresários desconversou sobre a possível criação de um centro empresarial no local.

“Tudo ainda é muito preliminar e não podemos concretizar nenhuma informação. Só estamos cumprindo uma ordem judicial e os sócios podem nos procurar aqui para entender a sua situação. Quem tiver qualquer pertence aqui dentro, pode trazer o contrato, não estamos aqui para atrapalhar ninguém”, disse o representante, que preferiu não se identificar.

O antigo tesoureiro do espaço, José Ricardo, afirmou que os novos proprietários esvaziaram a piscina do imóvel, deixando a rua de acesso ao clube com pontos de alagamento.

“Iremos recorrer dessas decisões. Como o próprio nome já diz, a liminar pode ser derrubada e iremos recorrer. O nosso advogado já entrou com um pedido para anulação do leilão do clube. Seguiremos lutando”, disse o antigo tesoureiro.

O clube foi leiloado após uma dívida trabalhista de mais de R$ 1,5 milhão com uma antiga advogada do espaço. Os novos proprietários do clube tomaram posse, na manhã desta quinta-feira (21), após uma decisão da Justiça, no último domingo (17). O espaço foi leiloado por R$ 2 milhões em ato que teve como objetivo saldar a antiga pendência trabalhista.

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