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Infestação de pombo assusta alunos em colégio de SG

Infestação de piolho de pombo no Colegio Estadual Capitão Oswaldo Ornellas, no Porto Novo- Alex Ramos - Enfoco
Infestação de piolho de pombo no Colegio Estadual Capitão Oswaldo Ornellas, no Porto Novo- Alex Ramos - Enfoco |  Foto: Infestação de piolho de pombo no Colegio Estadual Capitão Oswaldo Ornellas, no Porto Novo- Alex Ramos - Enfoco
Alunos e professores dividem salas de aula com pombos no Colegio Estadual Capitão Oswaldo Ornellas. Foto: Alex Ramos

Professores e alunos do Colégio Estadual Capitão Oswaldo Ornellas, no Porto Novo, em São Gonçalo, temem a proliferação de doenças a partir de uma infestação de pombos na unidade de ensino. Segundo funcionários da escola, piolhos de pombos já se espalham nas salas de aula. O caso mais recente aconteceu no último domingo (29), durante a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

“Uma das alunas ficou toda empolada”, disse a funcionária, que preferiu ter a identidade preservada.

Ainda segundo as denúncias, a presença dos insetos já é antiga no colégio, por conta da quantidade de pombos, que se intensificou ainda mais neste mês de novembro.

Infestação de piolho
Um aluno contraiu uma dermatite após ter contato com os insetos. Foto via grupo Enfoco

“No telhado tem uns buracos por onde os pombos passam e acabam transformando o local em moradia desde 2017. Os piolhos começam a cair com mais frequência na parte da tarde por conta do forte calor. Já teve professor que passou o dia se coçando”

Funcionários da escola relatam que a direção da unidade já está ciente do ocorrido.

“Isso é uma coisa que já passou do poder da direção. A Secretaria de Educação tem que fazer uma reforma mais estrutural no telhado”

No último dia 24 o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), de São Gonçalo, participou de uma reunião com professores da escola para tratar das condições estruturais das salas de aulas que abrigam as aves. 

Segundo o Sepe, a direção do colégio informou já ter enviado ofícios para a Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (Seeduc-RJ), desde 2018, pedindo providencias, mas nunca obteve respostas.  

De acordo com o sindicato a direção informou ainda que o colégio reivindica reunião com o Metro II, com medida de urgência para tratar do assunto. 

O piolho

Segundo o infectologista Alberto Chebabo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o maior incômodo relacionado ao piolho de pombo são as reações alérgicas, as vezes muito intensas.

Já o doutor em doenças infecciosas, Edmilson Migowisk, também da UFRJ, alerta que as coceiras excessiva por conta do contato com os insetos podem se agravar.

"A coceira pode fazer com que a pessoa provoque ferimentos na pele, e a pele lezada pode facilitar a entrada de bactérias gerando uma infecção secundária"

De acordo com o especialista, é preciso ressaltar a preocupação com doenças provocadas em locais onde há uma grande concentração de pombos.

"Tem outras doenças que podem surgir através das fezes dos pombos. Essa proximidade com as pessoas, principalmente em locais confinados, é algo que pode impor risco sanitário para quem que frequenta esses espaços"

Alerta

Ainda segundo Migowisk, algumas infecções provenientes das fezes do pombo podem ser transmitidas pela respiração, ou seja, basta inalar a poeira formada pela fezes para que o aluno seja infectado. As doenças mais comuns transmitidas são histoplasmose e criptococose.

Histoplasmose - Causada pelo fungo Histoplasma capsulatum, a doença ataca o sistema respiratório e não costuma causar sintomas em sua forma aguda. Já na forma crônica, que geralmente acomete pessoas com o sistema imunológico comprometido, provoca tosse seca, febre, dor no peito e nas juntas e inchaço nas pernas. Em casos mais severos pode ocorrer sudorese excessiva, falta de ar e tosse com sangue.

Criptococose - Causada por fungos do gênero Cryptococcus, pode levar à morte dependendo do tipo de fungo que acomete a pessoa após inalação. Frequentemente, a doença atinge o sistema neurológico, causando meningite subaguda ou crônica, cujos sintomas são febre, fraqueza, dor no peito, rigidez na nuca, dor de cabeça, náusea, vômito, suor noturno, confusão mental, alterações de visão, podendo haver comprometimento ocular, pulmonar e ósseo.

Procurada, a Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (Seeduc) ainda não prestou qualquer esclarecimento sobre as demandas encaminhadas pelos profissionais de educação que atuam na escola.

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