Desfeito

Lanchonete construída ao lado de túmulos no Rio é demolida

Obra não tinha licença da Prefeitura do Rio

No local, restou apenas a marca de concreto no chão
No local, restou apenas a marca de concreto no chão |  Foto: Lucas Alvarenga
  

A lanchonete que havia sido erguida no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, foi demolida pela MegaMatte, empresa responsável pelo estabelecimento, nesta quinta-feira (15). O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), deu um prazo de dois dias para que a loja fosse derrubada, já que não havia autorização. 

A destruição ocorreu de forma rápida e sigilosa. Já nesta quinta, não era mais possível ver a loja no cemitério. No local, restou apenas a marca de concreto no chão. Anteriormente, o estabelecimento tinha cerca de oito metros de extensão e ficava a apenas 40 centímetros de distância para os túmulos. Agora, as sepulturas que haviam ficado escondidos atrás da lanchonete, voltaram a ficar visíveis.

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Em suas redes sociais, Paes reforçou que se a demolição não fosse cumprida, uma multa rigorosa seria aplicada, além de dizer que a construção no cemitério "é uma mistura de desrespeito, burrice, mau gosto com falta de civilidade e empatia".

O estabelecimento já estava praticamente em fase final de acabamentos, mas, segundo a Prefeitura do Rio, a obra não tinha licença e era irregular. Com isso, uma ordem de demolição foi concedida. Anteriormente, o espaço abrigava um toldo onde ficavam os caixões e carrinhos de transporte.

Famosos ao lado

O Cemitério São João Batista tem uma área total de 224 mil metros quadrados e foi inaugurado em 1852, ainda na época do imperador Dom Pedro II. O lugar ficou conhecido por ser o “Cemitério das Estrelas”.

Alguns dos nomes conhecidos cujos corpos foram enterrados no local são dos cantores Tom Jobim, Cazuza e Carmen Miranda, do ex-jogador do Botafogo e da Seleção Brasileira, Nilton Santos, o ex-apresentador Chacrinha, Santos Dumont, o “Pai da Aviação”, além de nove ex-presidentes do Brasil. Muitos dos túmulos destas personalidades públicas estão próximos à lanchonete.

Em nota, a empresa Megamatte esclareceu que a lanchonete que seria construída no espaço não se trata de loja própria, "mas de uma iniciativa particular, cujo processo de implantação e regularização era conduzido e acompanhado única e diretamente pela RioPAX, não existindo, por parte da Megamatte, qualquer outorga vigente para exploração e uso da marca, nem mesmo Contrato de Franquia que autorizasse o início das operações; atividade desde sempre embargada pela própria franqueadora ante a ausência das autorizações e alvarás pertinentes". 

A empresa diz ainda que "em razão dos esclarecimentos apontados acima, a concessionária RioPAX já desvinculou a marca “Megamatte” daquela inciativa, bem como providenciou a demolição da edificação onde pretendia instalar a loja almejada. 

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