Rio de Janeiro
Legado de luta e resistência: o adeus a Milton Gonçalves
Familiares, artistas e fãs foram prestar sua homenagem
O último adeus a Milton Gonçalves foi embalado ao som da sua escola de coração, a Estação Primeira de Mangueira e com a presença de familiares, amigos e fãs. O velório foi realizado nesta terça-feira (31), em cerimônia aberta ao público no Theatro Municipal do Rio.
O caixão, coberto pela bandeira da verde e rosa e também a do Flamengo, foi adornado também pelo Kikito, símbolo e prêmio máximo concedido no festival de Gramado em 2003.
Milton Gonçalves morreu aos 88 anos em decorrência de AVC
O Theatro Municipal estava repleto de coroas de flores enviadas por amigos, emissoras de TV e amigos do meio cultural e político.
Muito emocionado, mas com a certeza de que deixou um legado de luta e representatividade para o seu segmento, o filho de Milton e também ator Maurício Gonçalves, contou sobre os últimos momentos com o pai.
Ele sofreu um AVC e ficou muito debilitado. Fazia fisioterapia diariamente, estava já com perda de memória e bem fraco. Chega um momento que não temos mais o que fazer, e ele partiu sereno, em família e cercado de amor
Diante de uma carreira de 65 anos e dezenas de novelas, seriados e filmes, Maurício destaca que seu pai será um exemplo para a nova geração de artistas.
"Meu pai era um cara muito engajado. Assistia a TV Senado, ouvia rádio diariamente, lia jornais, estava sempre nos dando o exemplo de luta e de que para conseguirmos bens na vida, o fruto era o trabalho. Que a geração de novos artistas e o povo negro se espelhem nele para nunca desanimar e seguir lutando!", diz.
Alda Gonçalves, filha do Milton, expressou sua gratridão em tê-lo como pai. "Apesar de termos sido criados no chamado 'glamour', que é estarsempre com famosos e bem próximo do mundo da TV, meu pai nunca nos deixou deslumbrados. Ele sempre nos mostrou os valores da vida, nos inventivava a lutar pelos nossos direitos. Ele era presente, ativo e educador. Enchia a casa de livros. A dor é profunda neste momento e vamos sentir falta do olhar feliz, da alma pura e brincadeira permanente que fazia com todos. Ele saiu desse mundo zerado, com o dever absolutamente cumprido", disse.
Foram prestar homenagem ao ator, nomes como Lázaro Ramos, Mateus Solano, Valentina Herszage, Benedita, Antônio Pitanga, Déo Garcez, Zezé Motta e Tony Tornado.
O corpo do ator foi levado às 13h para o Cemitério e Crematório da Penitência, no Caju, onde será cremado às 15h30.
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