Avenida principal de Niterói pode mudar de nome

A Avenida Visconde do Rio Branco, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, pode ter parte de sua extensão rebatizada como Avenida Jornalista Luiz Antônio Mello, para homenagear uma das personalidades mais relevantes da história cultural da cidade.

Falecido aos 70 anos, em abril deste ano, o comunicador foi vítima de uma parada cardíaca enquanto realizava um exame de ressonância magnética.

Agora, um projeto de lei, apresentado pelo vereador Michel Saad Neto (PODE), propõe que o trecho entre a Praça Juscelino Kubitschek e a Sala Nelson Pereira dos Santos, no sentido São Domingos, passe a levar o nome do jornalista, que foi um dos criadores do icônico projeto “Maldita”, da Rádio Fluminense FM.

A proposta, que ainda tramita nas comissões pertinentes da Câmara Municipal antes de seguir para votação no plenário, tem como objetivo reconhecer publicamente a contribuição de Luiz para a comunicação no Brasil.

Caso seja aprovado no Parlamento, a Prefeitura ainda deve analisar o texto, para a sanção ou veto. E só a partir daí o Município, por meio dos órgãos competentes, providenciaria as alterações necessárias nas placas de sinalização e mapas oficiais da cidade para refletir a nova denominação.

Para o autor do projeto, a alteração do nome neste importante trecho da cidade representa “um reconhecimento público de sua contribuição inestimável”.

A aprovação deste Projeto de Lei representa um ato de reconhecimento e valorização de uma personalidade que, com sua dedicação e exemplo, contribuiu significativamente para a construção de uma Niterói mais justa e próspera. A nova denominação servirá como um lembrete permanente de sua influência positiva na vida da cidade e de seus habitantes

Trajetória marcante

Luiz Antônio Mello iniciou sua carreira jornalística em 1971, no Jornal de Icaraí. No ano seguinte, ingressou na Rádio Federal como programador, produtor e redator musical, e, ao longo da carreira, passou por veículos como Rádio Tupi, Rádio Jornal do Brasil e o jornal Última Hora.

Em 1981, foi um dos criadores do icônico projeto “Maldita”, da Fluminense FM, ao lado de Samuel Wainer Filho, responsável por revolucionar o cenário do rock no rádio brasileiro. Posteriormente, ajudou a implementar a Globo FM e atuou como crítico musical em diversos programas de televisão.

Entre 1985 e 1990, atuou como consultor de marketing internacional da gravadora Polygram e, na mesma década, dirigiu o programa “Domingo Especial” e chefiou a redação do “Shock”, ambos na Rede Manchete, produzindo cerca de 200 musicais internacionais. Como produtor musical, trabalhou em projetos de artistas como Celso Blues Boy e Antônio Quintella, além de diversas coletâneas.

Em 1989, assumiu a presidência da Fundação Niteroiense de Arte (Funiarte) e, na década de 1990, coordenou o projeto “Música dos Anos 90”, pela Warner Music. Foi colunista de veículos como O Pasquim, Jornal do Brasil, O Estado de S. Paulo, Jornal Opinião, Folha de Niterói e Gazeta Niteroiense, além de diretor de criação da Tech & Mídia, editor de cultura da revista Caffè Magazine e cronista do International Magazine.

Em 2005, integrou a equipe fundadora da BandNews FM no Rio de Janeiro. Nos últimos anos, desde 2021, atuava como editor do jornal A Tribuna do Rio.

Legado para Niterói e para a cultura brasileira

Além de sua trajetória no jornalismo e na música, Luiz Antônio Mello teve uma contribuição expressiva para a valorização da cultura niteroiense e da indústria fonográfica nacional. Seu apoio foi decisivo para o desenvolvimento de bandas como Biquini e Os Paralamas do Sucesso, além de inúmeros artistas independentes.