Recorrente
Jornaleiros convivem com o medo de trabalhar em Niterói
Bancas têm sido alvo de arrombamentos e saques
Jornaleiros de Niterói voltaram a viver momentos de medo e tensão. Isso porque criminosos voltaram a arrombar e saquear bancas na Avenida Ernani Amaral Peixoto, no Centro da cidade. De acordo com relatos, os casos têm sido cada vez mais recorrentes nos últimos dias.
Segundo José Mauro Lima, mais conhecido como Zé Mauro, de 66 anos e dono de um dos estabelecimentos, a sua banca já foi arrombada três vezes nos últimos 18 dias.
Niterói está assim. Não tem segurança nenhuma. Minha banca já foi arrombada três vezes em um período de 18 dias e tive um prejuizo de R$ 70 mil. Isso é inadmissível.
José Mauro também afirmou que sente receio de acontecer novamente e reclamou da falta de policiamento no local.
"Infelizmente a gente fica refém e com receio ter a banca arrombada de novo. Por conta disso, temos que levar as mercadorias mais caras para casa ou deixar com algum morador de um prédio. O pior disso tudo é ver que a polícia não faz nada. Já fiz meu registro na delegacia, assim como outros colegas, mas não acontece nada. Essa semana mesmo uma moça teve a sua banca arrombada próximo à delegacia", disse o jornaleiro.
Segundo dados disponibilizados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), a área de policiamento do 12ºBPM (Niterói) registrou queda de 24% no total de roubo, quando comparados os períodos entre os meses de janeiro e novembro de 2023 com o mesmo período de 2022.
No entanto não é o que parece na realidade. Outra que passou pela mesma situação é Lucileia Rodrigues, 63 anos. Ela teve sua banca de jornal arrombada na madrugada da última quarta-feira (3) e também teve mercadorias levadas pelos criminosos.
De acordo com a jornaleira, os criminosos fizeram a limpa no seu estabelecimento, levando cigarros, isqueiros, dinheiro e até mesmo um celular que ela havia deixado na banca. No total, mais de R$ 4 mil de prejuízo.
"Infelizmente vem acontecendo quase que diariamente. Eles estão arrombando praticamente todas as bancas aqui da Amaral Peixoto. Levaram praticamente tudo, cigarros, dinheiro, celular, bala... Tive um grande prejuízo", lamentou.
Ela contou também que, apesar do medo, voltou a trabalhar para pagar o prejuízo.
A gente sente medo. Não tem como. Mas também não posso parar de trabalhar. Tenho que fazer dinheiro para me sustentar, pagar minhas contas e todo o prejuízo
Em nota, a Polícia Militar informou que não mede esforços para "prevenir e coibir quaisquer práticas criminosas, incluindo os roubos e furtos a patrimônio público e privado".
A PM reforçou também que "está aumentando as abordagens com foco em pessoas suspeitas, inclusive em situação de vulnerabilidade (moradores em situação de rua), apreendendo diversos objetos perfurocortantes frequentemente" e que "trabalha em conjunto com as delegacias da cidade de Niterói para identificar e prender os envolvidos em tais ações criminosas".
Já a Polícia Civil disse que 76ª DP (Centro de Niterói) investiga os casos, onde foram registrados. "A perícia foi solicitada no local, e outras diligências estão em andamento para identificar o autor dos crimes", disse a corporação em nota.
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