Mais de 100 autistas sem atendimento após aparelhos de ar-condicionado queimarem

Cerca de 100 pacientes diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA) estão impossibilitados de fazer tratamentos no Instituto Oceano Azul, localizado na Av. Rui Barbosa, 1052, no Largo da Batalha, em Niterói, nesta quarta-feira (19), já que os dois aparelhos de ar-condicionado da unidade queimaram.

Segundo a direção do local, o problema foi ocasionado pelos frequentes picos de luz na região. O prejuízo estimado é de R$ 10 mil. Também há reclamações sobre fiações expostas na entrada da unidade, gerando riscos para quem acessa o local.

"Os atendimentos estão parados porque está muito quente. Ontem [terça-feira] deu pico de luz e os aparelhos de ar-condicionado pararam de funcionar. Estamos sempre reclamando, fazendo protocolos e agora queimou tudo. O técnico falou que poderia ter dado até um problema de pegar fogo no prédio, por conta da sobrecarga de energia. Eu não sei mais o que fazer, a Enel nunca vem", lamentou o vice-presidente do Instituto, Rafael Vitorino.

De acordo com a queixa, seria necessário que a concessionária Enel instalasse transmissores nos aparelhos de ar-condicionado para que a intermitência não os atingisse.

"Vamos ter que gastar dinheiro com compressor, peça de outro... um técnico [particular] veio aqui, fez laudo", relatou Rafael.

A unidade possui cerca de 20 funcionários que atuam no tratamento multidisciplinar de pacientes autistas de todas as idades, sendo a maioria entre 2 a 6 anos.

"Estamos reclamando há dois anos. Já trocamos peças do ar-condicionado e agora o problema é muito maior. Está impossível", pontuou Rafael.

A Enel Rio, questionada, informou que vai enviar um gestor ao local até segunda-feira (24) "para entender a situação e avaliar as medidas necessárias para efetuar melhorias no fornecimento de energia".