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    Moradores se mobilizam contra derrubada de árvores em Niterói

    Abaixo-assinado contra medida já tem mais de 2,3 mil assinaturas

    Publicado 15/10/2025 às 18:19 | Atualizado em 15/10/2025 às 22:04 | Autor: Dayse Alvarenga
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    Moradores querem revisão do projeto da obra para preservar as árvores
    Moradores querem revisão do projeto da obra para preservar as árvores |  Foto: Reprodução / Redes Sociais

    Moradores do Ingá, na Zona Sul de Niterói, estão mobilizados contra a possibilidade de derrubada de seis árvores gigantescas na área do Museu Antônio Parreiras, administrado pela Fundação de Artes do Estado do Rio (Funarj). Para reverter a medida, eles criaram um abaixo-assinado esta semana, que já conta com mais de 2,3 mil assinaturas, e até o perfil sos.arvores.domuseu no Instagram. 

    Segundo os moradores, o corte das árvores seria para construir um anexo administrativo do museu. Eles acreditam, no entanto, que é uma contradição cortar árvores em um espaço que leva o nome de um artista que pintava a natureza. 

    "Vamos preservar o que é nosso, já que, infelizmente, o governo (do Estado) não parece estar se importando", diz um trecho da primeira postagem do Instagram. "Estas árvores não são apenas parte do cenário - elas são parte da nossa história. Sombra, memória, vida, ar puro e animais precisam delas", diz outro trecho de outra postagem. 

    Os moradores chegaram a mencionar até um post com uma obra do pintor Antônio Parreiras chamada "Fogo". "Não faz sentido que o museu que leva o nome do pintor e abriga suas obras destrua o que a natureza levou décadas para construir. As árvores que o próprio Parreiras teria pintado e protegido. Há espaço no terreno. Pedimos a revisão do projeto da obra pensando em preservação e não apenas em construção", escreveram no perfil do Instagram. 

    Quem quiser assinar, o abaixo-assinado está aqui

    O que diz a Funarj 

    Após a publicação da reportagem, a Funarj confirmou e explicou, em nota extensa, a necessidade da derrubada das árvores para construção do anexo administrativo do museu, cuja medida tem aprovação do Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

    "A supressão de seis árvores no terreno contíguo ao Museu Antônio Parreiras – área adquirida pelo Governo do Estado na década de 1960 com a finalidade de ampliação das instalações do museu – decorre da necessidade de implantação do novo anexo administrativo da instituição. O terreno apresenta uma topografia em aclive, o que demandaria obras complexas de contenção e terraplanagem. Mesmo com essas intervenções, seria inevitável a supressão de parte da vegetação existente, já vulnerável. Assim, optou-se por uma solução técnica que equilibrasse a viabilidade econômica, segurança estrutural e adequação funcional, conforme os princípios da administração pública, especialmente o da economicidade".

    A Funarj informou ainda que um relatório de impacto ambiental em elaboração será submetido à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, órgão competente para a análise e emissão das licenças correspondentes.

    "O documento, após protocolado, passará a integrar o processo administrativo público, podendo ser consultado por qualquer interessado conforme as normas de transparência e acesso à informação. Vale ressaltar que não é possível realizar ampliações na área atual do museu, uma vez que o edifício principal e seus jardins são tombados, o que inviabiliza qualquer intervenção estrutural nesse espaço", acrescentou o órgão que finalizou a nota informando sobre compensação do impacto ambiental com a derrubada das árvores.

    "Um plano de compensação ambiental está sendo elaborado pela equipe de engenharia ambiental, conforme as exigências da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Niterói. As medidas compensatórias incluirão o plantio de novas espécies nativas da Mata Atlântica em quantidade superior à das árvores suprimidas, preferencialmente na encosta remanescente do terreno. Essas ações visam garantir a recomposição da vegetação e o equilíbrio ecológico da área, atendendo integralmente às diretrizes legais e ambientais estabelecidas pelos órgãos competentes".

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    Dayse Alvarenga

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