Mobilidade
Novo terminal de ônibus em Niterói contará com lojas e estacionamento
Previsão de mudanças em linhas municipais de intermunicipais

A construção do novo Terminal Rodoviário do Caramujo, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, promete grandes mudanças no trânsito da zona norte da cidade. A prefeitura confirma que linhas intermunicipais, de São Gonçalo a Niterói, que seguem pela RJ-104 até a Alameda São Boaventura, no Fonseca, passarão por mudanças. O espaço ficará localizado às margens da rodovia, com um investimento de R$ 34 milhões.
Nesta nova etapa, equipes da Empresa Municipal de Infraestrutura e Obras de Niterói (ION) trabalham no processo de terraplanagem, construção do reservatório e estrutura do prédio administrativo. O espaço também contará com lojas e quiosques, movimentando o comércio na região.
Previsto inicialmente para ser entregue em junho de 2026, a prefeitura informou que o terminal será concluído até outubro do ano que vem.
Entendendo o projeto

Ainda de acordo com a administração municipal, o espaço de 20 mil metros quadrados deverá acomodar 24 baias para ônibus e 20 vagas extras. Além disso, o terminal do Caramujo também contará com estacionamento, banheiros e praça de alimentação.
O objetivo principal é desafogar o Terminal João Goulart, no centro da cidade, que atualmente concentra todo o fluxo de coletivos municipais, intermunicipais e até alguns interestaduais no município. Além de melhorar o fluxo de veículos na Alameda São Boaventura.
O projeto também prevê a construção de um edifíco de dois andares com a missão de trazer mais incentivo financeiro e desenvolvimento para a Zona Norte de Niterói, principalmente entre os bairros Caramujo e Baldeador. Baseado em uma iniciativa sustentável, o local será um ponto de conforto e convivência entre moradores da região.
Segundo o engenheiro de transportes e professor na Universidade Federal Fluminense (UFF), Aurélio Lamare, a obra precisa ser planejada com cautela.
"Com a nova configuração, muitos terão de desembarcar no Caramujo e realizar baldeação, o que pode resultar em aumento de custo ou tempo de viagem. A integração física precisa vir com um sistema de bilhetagem que permita a continuidade da viagem sem cobrança adicional. Sem isso, a medida corre o risco de ser percebida como retrocesso social", afirma o especialista.
Redistribuir fluxo não significa eliminá-lo.
O especialista também explica que se os acessos ao novo terminal não forem bem planejados, 'o congestionamento pode apenas mudar de lugar'.
"É essencial que as obras contemplem adequações viárias, semáforos inteligentes, integração com ciclovias e calçadas acessíveis", declarou o engenheiro.

Impacto para passageiros
Moradora da vizinha São Gonçalo, Luiza Santos, de 24 anos, estuda em Niterói. Para chegar na universidade, a jovem usa o transporte público, ela utiliza a linha intermunicipal 549M, que faz o trajeto Santa Isabel - Niterói. Atualmente a estudante faz apenas uma viagem de ida e outra de volta. Mas com as mudanças sinalizadas isso pode mudar.
"Me incomoda um pouco porque no 549M eu pego o ônibus vazio e desço já no terminal (no Centro). Se eu tiver que pegar dois ônibus, pode ser que pegue um lotado ou me complique com o horário", afirmou a gonçalense.


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