Em Niterói
Pai de Juliana Marins abre o coração, agradece e dispara críticas
Manoel Marins também falou das lembranças da filha

Manoel Marins, pai de Juliana Marins, voltou a criticar duramente a demora no resgate na Indonésia. Ele conversou com a imprensa assim que chegou ao velório da sua filha no Cemitério Parque da Colina, em Pendotiba, na manhã desta sexta-feira (4).
"Quando eu estive na Indonésia, eu fui para trazer minha filha filha viva. Não consegui, e ela voltou falecida. Trata-se de uma precariedade e negligência dos serviços prestados no país. Fiquei sabendo que lá só tem um helicóptero para resgate, e fica em uma outra ilha, longe de onde minha filha estava. O que foi usado era de uma mineradora. Eles demoraram a informar sobre a queda da Juliana. Se eles tivessem sido um pouco mais rápido, tenho certeza que o final dessa história seria outro. Os protocolos do parque são muito ruins", criticou Manoel.
Apesar da crítica às autoridades, o pai da jovem tratou de agradecer pelos voluntários que resgataram o corpo de Juliana.
"Os voluntários lá são diferentes dos profissionais. Eles são atletas, têm mais disposição física. Os bombeiros de lá, pelo que me falaram, são treinados para resgatar até 400 metros abaixo do cume do monte. Minha filha caiu 600 metros, 200 a mais do que eles podiam. A partir dali, os voluntários que foram para o resgate. Só tenho que agradecer demais a eles", disse Manoel, que também agradeceu à toda imprensa brasileira.
Quero também agradecer ao povo brasileiro e toda imprensa que se mobilizou. Já conseguimos ter algumas respostas, mas não todas. Ainda precisamos de outras respostas que só virão depois desse segunda necrópcia

Ainda segundo Manoel, em sua visita à Indonésia, ele foi informado que alguns protocolos de segurança do parque devem mudar após a morte da sua filha.
"Fiquei sabendo que um protocolo está sendo feito para mudarem alguma regras dessa trilha. Se realmente mudar e evitar o pior, vou saber que a morte de Juliana não foi em vão. Um mês antes da morte da minha filha, uma outra pessoa também havia morrido naquele lugar. O local não tem segurança básica. O local onde ela caiu era estreito. Podia ter um parapeito ou uma corda para orientar e evitar quedas", relatou.
Lembranças
A partida precoce de Juliana pegou de surpresa todos os familiares. Segundo Manoel, ela e os parentes sempre gostaram muito de aventura e viajar para explorar lugares exóticos. O pai da jovem revelou que esta viagem dela estava planejada há um tempo e que não aconteceu por acaso.
Agora, para Manoel e a família, só restam memórias.
O que fica de lembrança é que ela era uma menina muito maravilhosa, muito meiga. A gente brincava com ela que ela tinha uma voz parecida com a da ginasta Rebeca Andrade. Aquele do sorriso das fotos era espontâneo, ela era assim. Quando ela acordava já vinha falar 'oi, papi' ou 'oi mami, tudo bem?'. Eu já estou com muitas saudades da Juliana. Será que um dia essa saudade vai diminuir? Eu não sei. Ela não está fisicamente aqui, mas espiritualmente e em nossos corações
Vai processar a Indonésia?
Por fim, o pai de Juliana revelou que ainda não sabe se vai processar as autoridades da Indonésia ou não. "Ainda estamos pensando. Nenhuma decisão foi tomada. Vamos esperar o resultado dessa segunda necrópcia para saber o que vamos fazer", contou.
O corpo de Juliana Marins está sendo velado no Cemitério Parque da Colina, em Pendotiba, Niterói, nesta sexta-feira (4). A cerimônia será aberta das 10h até 12h. A partir das 12h30 até 14h30 o velório será fechado e reservado para familiares e amigos.

Anteriormente, foi informado que o corpo dela seria cremado. No entanto, por orientações, será enterrado. Segundo Manoel, a troca se dá porque a tragédia foi considerada uma "morte suspeita" e o poderá passar por uma exumação e outra avaliação técnica futuramente.


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