Denúncia
Professor é demitido de escola de Niterói por ter unhas pintadas
Raphael Pompeu acusa instituição de homofobia
Raphael Pompeu, de 31 anos, foi demitido de sua função como professor de teatro em uma escola particular de Niterói após se recusar a atender a uma orientação da direção: parar de pintar as unhas e usar maquiagem. A demissão ocorreu no dia 4 de abril deste ano, mas só agora o professor tornou o caso público.
Pompeu, que leciona há nove anos, afirmou que nunca o uso de maquiagem e a pintura das unhas e cabelos haviam sido um problema em outras escolas. No entanto, em dezembro de 2023, a situação mudou quando a direção da instituição bilíngue, na Região Oceânica, o convocou para uma reunião sobre o assunto.
Disseram que eu poderia influenciar as crianças a se tornarem gays
“Fui chamado para uma reunião, onde me disseram que a cor rosa do meu cabelo poderia influenciar as crianças a se tornarem gays. Não entendi a relação, até porque outras pessoas da escola, incluindo a própria diretora, também pintavam o cabelo”, relatou Raphael.
Outra reunião
Embora o episódio tenha causado desconforto, ele continuou trabalhando normalmente. No entanto, em abril deste ano, a situação se agravou. Raphael foi chamado para uma nova reunião, novamente para discutir seu estilo pessoal.
Ela me disse que eu deveria parar de usar maquiagem e pintar as unhas
“Fui chamado de novo, e a diretora me informou que um pai, que se dizia representante de outros pais, havia reclamado da minha aparência. Ela me disse que eu deveria parar de usar maquiagem e pintar as unhas. Eu me recusei. Logo depois, fui demitido”, contou.
Raphael trabalhava na escola há cerca de um ano, lecionando para turmas do maternal ao 5º ano do Ensino Fundamental I, com alunos de idades entre 2 e 10 anos. Ele é bacharel e licenciado em Teatro e, atualmente, cursa mestrado em Ensino das Artes Cênicas na Unirio.
Denúncia nas redes sociais
Após a demissão, o professor decidiu compartilhar a situação nas redes sociais, acusando a escola de homofobia. Na publicação feita em 29 de outubro, alguns dias após o Dia do Professor, ele expressou seu descontentamento com o ocorrido.
O que precisamos ensinar é o respeito ao outro
“A sexualidade das pessoas não tem nada a ver com a maquiagem ou com o estilo de cada um. Se eu, como professor, decido pintar minhas unhas, isso não vai influenciar nenhuma criança a ser gay. O que precisamos ensinar é o respeito ao outro, para que possamos construir uma sociedade em que as pessoas sejam aceitas do jeito que são”, concluiu Pompeu.
Nota da Redação: O nome da escola não será divulgado porque o denunciante não registrou ocorrência na Polícia Civil.
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