Sob silêncio, corpo de corretora é enterrado em Niterói

Ainda muito abalados com o crime bárbaro que chocou a cidade de Niterói, os familiares de Elizabeth de Lima Mendonça, de 46 anos, preferiram o silêncio durante o velório realizado no Cemitério do Maruí, no Barreto, em Niterói, na tarde desta quinta-feira (23). Cerca de 50 pessoas compareceram ao local para dar o último adeus à corretora de seguros.

Elizabeth Mendonça foi encontrada morta na madrugada de terça (21), no apartamento onde morava junto com o marido e a mãe, na Rua Joaquim Távora, em Icaraí, na Zona Sul de Niterói. A vítima estava com marcas de perfurações. O marido da vítima, Uilian Anderson Silva, foi preso no mesmo dia, acusado de cometer o crime.

Um funcionário do prédio afirmou que ninguém ouviu barulho de discussão entre o casal, mas no momento do crime, Elizabeth estava no apartamento somente com o marido. A mãe estava viajando e foi pega de surpresa com a notícia da morte da corretora, que não tinha filhos. 

A mulher não apareceu no trabalho na terça, o que preocupou o dono da seguradora. Ele foi até o prédio, chamou na porta do apartamento, mas não obteve resposta e acabou indo embora. Um cliente da vítima revelou que teve contato com ela pela última vez na tarde de segunda (21).

Investigação

De acordo com a Polícia Civil, uma equipe da 79ª DP (Jurujuba) foi ao local após receber informações sobre um feminicídio. O corpo de Elizabeth foi encontrado no chão do quarto, do apartamento que fica no 2° andar. A Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) realizou a perícia no local. 

A polícia suspeita que o crime tenha ocorrido por ciúmes, no entanto esta informação é negada por familiares. "Foi uma barbaridade sem tamanho. Não teve nada de ciúmes ou outra pessoa envolvida nisso", disse um parente da vítima.

O marido de Elizabeth, acusado pelo crime, foi preso no mesmo dia próximo ao apartamento onde aconteceu o crime. Uilian foi levado para a 79ª DP (Jurujuba) e, em seguida, foi encaminhado para um presídio, onde permanece preso à disposição da Justiça. O ENFOCO não conseguiu localizar a defesa do acusado para comentar o caso. 

Amigos abalados 

Cristina de Almeida, amiga de longa data de Elizabeth, lamentou o crime e descreveu Elizabeth como uma mulher amorosa.

A notícia pegou todos nós de surpresa. Ela não merecia isso. A Elizabeth era tão simpática e amorosa com todos ao seu redor, uma amiga maravilhosa que tive o privilégio de ter ao meu lado"

Uma outra amiga da vítima, que não quis se identificar, contou que Elizabeth estava na melhor fase da sua vida.

"Ela estava bem, feliz, se sentindo amada, estava em uma fase boa da vida. Ela sempre foi muito prestativa, sempre à disposição para ajudar, adorava ir à praia. Sem acreditar ainda o que fizeram com ela" descreveu a amiga.