Tenso!
Trânsito pesado no fim de ano em Niterói: especialista explica
Queixas vão de norte à sul da cidade
O trânsito tem sido uma queixa recorrente neste fim de ano em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Segundo relatos, trechos como a Alameda São Boaventura, a Av. Roberto Silveira e a Est. Francisco da Cruz Nunes, entre as zonas Norte e Sul e Região Oceânica, estão cada vez mais congestionados, dificultando a circulação pela cidade.
Moradora de Icaraí, na Zona Sul de Niterói, Juliana Mendonça já percebeu a piora no trânsito. De acordo com a professora de 37 anos, tem sido um grande desafio se locomover pela cidade de carro neste mês de dezembro.
Em todo lugar que vou, parece haver um engarrafamento
"Eu já sabia que o fim de ano seria difícil, mas não imaginei que ficaria tão caótico. Tento evitar as ruas mais movimentadas, mas, em todo lugar que vou, parece haver um engarrafamento. Estou gastando o dobro do tempo para chegar a qualquer lugar", compartilhou.
Piora afeta estudantes
O estudante de nutrição da Universidade Federal Fluminense (UFF), João Fonseca, morador do Caramujo, na Zona Norte da cidade, também relata dificuldades. Segundo o jovem de 21 anos, não é mais possível calcular o tempo de chegada do ônibus de sua casa até a faculdade.
Acabo levando uma média de 1 hora para chegar à UFF
"Eu costumava chegar ao Centro bem rápido, mas agora o trânsito está bem mais travado na Alameda. Acabo levando uma média de 1 hora para chegar à UFF, dependendo do dia. Isso sem contar o estresse. Já cheguei a perder algumas aulas por chegar atrasado", relatou.
Trechos mais afetados
O ENFOCO realizou uma pesquisa sobre o tráfego na cidade entre os dias 29 de novembro e 6 de dezembro. A partir da análise de publicações no X (antigo Twitter) da Nittrans durante esse período, foi possível identificar os trechos que apresentaram os maiores congestionamentos.
Segundo a pesquisa, o problema está concentrado principalmente entre o Centro, Fonseca, Icaraí e a Região Oceânica de Niterói. Cerca de nove ruas e trechos se destacaram com os piores relatos de congestionamento.
São eles: Avenida Jansen de Melo, Avenida Roberto Silveira, Rua Miguel de Frias, Estrada Francisco da Cruz Nunes, Alameda São Boaventura, Rua Noronha Torrezão, Avenida Quintino Bocaiúva, Túnel Raul Veiga e Avenida Almirante Ary Parreiras.
Especialista explica as causas
Para Sérgio Marcolini, especialista em engenharia urbana, a principal causa da piora no trânsito em Niterói é o aumento do tráfego durante as festas de fim de ano, como o Natal e o Ano Novo, que costumam intensificar o fluxo de veículos pela cidade.
O bom é que, após o Natal, o trânsito melhora devido às férias escolares
"As pessoas fazem compras de Natal, realizam confraternizações, o comércio fica aquecido e tudo contribui para o aumento da circulação de automóveis. O bom é que, após o Natal e principalmente em janeiro e fevereiro, o trânsito melhora devido às férias escolares", explicou.
Aumento de carros de aplicativo
Marcolini também aponta o aumento do uso de carros de aplicativos na cidade como uma das causas da dificuldade de mobilidade urbana.
Isso traz benefícios econômicos, mas é péssimo para o trânsito
"O crescimento de aplicativos de transporte teve um impacto enorme na mobilidade urbana. Milhares de carros circulam pelas cidades, e, em Niterói, não são apenas carros locais. Por ser um polo regional, a cidade atrai trabalhadores de todo o Leste Metropolitano. Isso traz benefícios econômicos, mas é péssimo para o trânsito", afirmou.
Qual seria a solução?
A única solução viável para todo esse cenário, de acordo com o especialista, seria "o uso mais intensivo do transporte público e menor uso de carros". Contudo, o especialista destaca que, com a recente crise do transporte público no país, ficou ainda mais difícil alcançar essa solução.
Para onde foram esses passageiros?
"Após a pandemia, a demanda por transporte público caiu drasticamente em todas as cidades. Um exemplo são as Barcas, que transportavam 70 mil pessoas diariamente entre a Praça Arariboia e a Praça XV, e hoje levam no máximo 35 mil. Para onde foram esses passageiros? Esse é um tema que precisa ser melhor estudado e avaliado", finalizou.
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