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O que aconteceu com a circulação dos ônibus em Niterói?

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Ônibus das empresas Ingá, Pendotiba e Brasília são os que possuem mais reclamações. Foto: Arquivo / Enfoco

Imagina ficar cerca de uma hora à espera de ônibus após um dia exaustivo de trabalho? Pois é essa a situação de inúmeras pessoas em diferentes pontos de Niterói. Acontece que usuários de coletivos relatam a ausência de coletivos na cidade.

Segundo passageiros, principalmente à noite, aos finais de semana e feriados, a circulação de ônibus diminuiu. Como consequencia, quando os coletivos passam já estão lotados de passageiros.

"Para pegar ônibus no Terminal à noite é muito sofrido, muito ruim. Eu lembro que antigamente tinham várias opções de ônibus. De uns tempos para cá, antes da pandemia até, eu chego lá no terminal e não tem nenhum."

João Pedro Ladeira, morador do Largo da Batalha

A baixa circulação de ônibus na Zona Norte de Niterói e na Região Oceânica também listam as principais queixas da população. Segundo usuários, linhas como 67 (Cova da Onça x Centro), 61 (Venda da Cruz x Icaraí), 38 A (Engenho do Mato x Centro), 49 (Fonseca x Icaraí), 46 (Várzea das Moças x Centro) e até 31 (Ponta da Areia x Centro), estão entre principais exemplos.

Pelas rede social Facebook, no grupo Enfoco moradores da cidade e de municípios vizinhos lotam de reclamações, como por exemplo a seguidora Rita Brito:

"Pouquíssimos ônibus. Diminuíram no início da pandemia, mas agora esqueceram que o povo está todo na rua e ficamos sem ônibus. Lamentável!"

Demissão em massa

Segundo o Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac), houve uma diminuição no número de rodoviários durante a pandemia: cerca de 3,9 mil pessoas foram demitidas. Em nota, o sindicato informou que haverá uma reunião nesta semana com executivos de empresas de ônibus para discutir o reajuste salarial proposto pela classe rodoviária.

Os trabalhadores decidiram, em uma série de assembleias, entre setembro e o início de outubro, reivindicar: reajuste salarial imediato de 10%; aumento de 20% nas demais cláusulas econômicas do contrato de trabalho; R$ 400,00 para o valor da cesta básica (atualmente é R$ 280,00); comissão de 2% para os motoristas que acumulem a função com a de cobradores; e instalação de cofres nos pontos finais de maior circulação.

De acordo com o Sintronac, uma nova assembleia será marcada a partir do resultado da conversa com os empresários. Há a possibilidade de referendar uma eventual proposta das companhias, mas também de decretar estado de greve, caso os empresários continuem a negar qualquer percentual de aumento.

Crise econômica

De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Setrerj), a crise econômica que atinge o setor de transportes está impossibilidando a retomada plena das atividades, causando reflexos no serviço prestado aos passageiros de Niterói. No entanto, o sindicato ressalta que as empresas de ônibus estão comprometidas com o atendimento à poulação durante a pandemia de Covid-19.

O Setrerj informa ainda que a operação está sendo realizada dentro dos quadros de horários autorizados pela Prefeitura de Niterói e, em algumas linhas, com acréscimo de frota. Segundo o Setrerj, as frotas têm circulado em cenário desfavorável, atuando com redução drástica no número de passageiros pagantes, atualmente entre 30% e 40%. Outro fator que estaria atrapalhando é a alta acumulada no preço do óleo diesel (65%) em 2021.

Por fim, o sindicato destaca que está em contato com a Prefeitura de Niterói, através de ofícios, para tratar de obras realizadas em oito pontos da cidade, principalmente na Região Oceânica, interferindo na pontualidade e na regularidade da operação dos ônibus.

Responsável pelo Consórcio TransNit e TransOceânica, que responde pelas linhas de ônibus na cidade, a Prefeitura de Niterói ainda não prestou qualquer esclarecimento sobre o cronograma de obras citado pelo Setrerj e referente a quantidade frotas circulando na cidade.

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