Ensino

Pais denunciam falta de professores em escola estadual de Niterói

Além da falta, outros problemas estariam afetando a unidade

Aulas voltaram na unidade há mais de um mês
Aulas voltaram na unidade há mais de um mês |  Foto: Guto Rodriguez
 

Pais e responsáveis por estudantes da rede estadual de ensino do Rio denunciam a falta de profissionais na escola Joaquim Távora, em Icaraí, na Zona Sul de Niterói. Segundo eles, a unidade oferece uma grade de matérias incompleta aos alunos, que sofrem com o déficit dos docentes. 

Muitos alegam também sobre questões de logística e desde o dia 2 de fevereiro, quando o ano letivo foi iniciado, muitos profissionais vêm faltando aos seus compromissos. 

De acordo com a comissão de pais, criada para tentar solucionar o problema, a qual possui mais de 400 membros, faltam professores das disciplinas de matemática, português, educação física e história. Alguns estariam sendo escalados para dar aula mesmo afastados por licença médica. A equipe de reportagem tentou contato com o Sindicato Estadual de Profissionais de Educação (SEPE) para um posicionamento a respeito das faltas, mas o presidente da entidade não foi localizado para comentar sobre o caso. 

Segundo os pais, a escola também estaria sofrendo com poucos profissionais nas funções de porteiro, inspetor, merendeiras e profissionais de limpeza. Além disso, também são citados alguns problemas de logística, como a não entrega de uniformes e a superlotação de salas de aula, com algumas superando os 45 alunos por sala, de acordo com os relatos. 

De acordo com o gerente comercial, Jenner Accioly, que é pai de uma aluna e também faz parte da comissão, o colégio não apresenta condições adequadas de ensino.

Como podem os alunos de uma turma superlotada absorverem o aprendizado. Isso quando eles têm aula, porque muitas vezes os professores faltam. Além de tudo isso, não há segurança na escola, uma vez que não tem porteiro. Para evitar que qualquer jovem saia da escola, eles improvisam uma funcionária no portão. Isso é um absurdo. Santiago Ramos, pai de aluna,
 

Endossando ainda mais as denúncias, o estudante Nattan Dutra, de 18 anos, também falou sobre problemas.

"Alguns alunos novos estão sem uniforme. Eu tenho porque recebi no ano passado. São apenas duas merendeiras no colégio todo. Hoje mesmo (quinta) faltaram os professores de matemática e física. Já nos avisaram que o professor de português faltará amanhã (sexta)", explicou.

Solução

O deputado estadual Waldeck Carneiro (PT), que atuou como secretário municipal de educação de Niterói entre 2005 e 2008, revelou que foi procurado pelos pais e fez o intermédio para que o secretário de educação, Alexandre Valle (PL), fosse diretamente conversar com os pais nas dependências do colégio. O encontro deve acontecer na próxima semana.

Waldeck também comentou sobre o déficit no ensino agravado pela ausência dos docentes na unidade. 

"São problemas frequentes em escolas estaduais, a falta de profissionais de diversas áreas. Isso prejudica muito o aprendizado dos alunos e os deixa, inclusive, vulneráveis em determinadas ocasiões. Como pode ter apenas duas pessoas na cozinha em um horário em que são servidas centenas de refeições?".

A Secretaria Estadual de Educação (Seeduc) informa que há um edital em andamento para a contratação de novos professores temporários e a prorrogação de mais 490 contratos firmados anteriormente. O processo seletivo tem o objetivo de suprir possíveis carências nas unidades escolares da rede estadual de ensino neste ano letivo de 2022.

A Seeduc disse, ainda, que o problema dos funcionários já está sendo solucionado e que um processo de licitação está em andamento em relação para a questão dos uniformes, que será resolvido o mais breve possível.

A diretoria da unidade também foi procurada para comentar a situação, mas não quis se se posicionar sobre o caso. 

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