Cidades

Pandemia revela alta na procura por casas na Região Oceânica de Niterói

Valorização de até 11% no valor do m² de casas em Camboinhas, na variação de novembro de 2019 com o mesmo período deste ano. Foto: Pedro Conforte

A pandemia de Covid-19 parece ter despertado nas pessoas a busca por regiões que ofereçam mais tranquilidade e imóveis mais amplos para o home office. A percepção se confirma pelos impactos no mercado imobiliário em algumas localidades no estado do Rio, segundo especialistas do setor.

O Sindicato da Habitação (Secovi) Rio afirma que na Região Oceânica de Niterói, por exemplo, na variação de novembro do ano passado, com o mesmo período de 2020, houve valorização de até 11% no valor do m² de casas em Camboinhas, uma área nobre e distante da Região Central.

Esse dado representa o seguinte: de R$ 6.118, o preço do metro quadrado saltou - em média - para R$ 6.790 em novembro último, em Camboinhas. Um pouco distante dali, o bairro de Santo Antônio, que passa por obras de urbanização do governo municipal, apresentou valorização de 7,3%. Com isso, valores do metro quadrado encareceram de R$ 4.482 para R$ 4.810.

"A pandemia acarretou em uma mudança geral em relação à busca por imóveis. As pessoas que estavam se sentindo 'presas' em apartamentos identificaram a necessidade e a possibilidade de migrar para uma casa mais ampla, que permite a atuação em home office e disponibiliza um espaço maior para uma vivência ao ar livre, como grandes quintais, por exemplo, buscando mais liberdade e privacidade"

Benedito Costa Alves - delegado do Creci-RJ em Niterói

As regiões de Piratininga (5,1%) e Maravista (5,0%) não ficaram para trás no quesito valorização. No primeiro local, o cenário foi esse: de R$ 4.249 saltou para R$ 4.465 o metro quadrado de uma casa por lá. Enquanto na segunda área analisada, valores dispararam de R$ 3.679 para R$ 3.864.

Itaipu (1,7%) e Engenho do Mato (0,03%) tiveram tímidas valorizações: de R$ 3.946 para R$ 4.013; e R$ 3.802 para R$ 3.803, respectivamente, segundo o Centro de Pesquisa e Análise da Informação do Secovi Rio.

Dos sete bairros analisados na Região Oceânica de Niterói, Itacoatiara (2,7%) foi o único que desvalorizou: o valor do metro quadrado decresceu de R$ 6.268 para R$ 6.099.

Para o delegado Benedito Costa Alves do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-RJ) em Niterói, na Região Oceânica de Niterói, essa procura foi acentuada por moradores da própria região, com o perfil de se mudar de um apartamento para uma casa dentro de uma rua fechada ou condomínio fechado, levando em consideração a questão da segurança.

Ele lembra que a determinada área proporciona uma vida mais saudável, com infraestrutura estabelecida (água, esgoto, transportes), proximidade da orla e grande número de residências de alto padrão.

"A valorização dos imóveis na região também foi impulsionada pelos investimentos que estão sendo realizados, podendo ser citado os exemplos de Piratininga e Camboinhas. Camboinhas se destaca ainda pelo fato de ser um bairro mais reservado, o que atrai sob o aspecto da segurança e possui também uma praia bastante atrativa", ensina.

Os atrativos da região, junto com as facilidades em relação aos financiamentos imobiliários, que hoje estão com taxas bem acessíveis, comenta Benedito, estimulam a aquisição de imóveis. "Portanto a Região Oceânica de Niterói se encontra em um bom momento relacionado ao mercado imobiliário e ainda tem muito a desenvolver", concretiza.

Mais barato

Ingá. e Centro ao fundo em Niterói - Pedro Conforte
Ingá, bairro da zona sul da cidade, sofreu desvalorização de 1,24%. Foto: Pedro Conforte

Na análise de variação de novembro/2019 com novembro/2020 ficou mais barato, por exemplo, morar no Rio do Ouro, com desvalorização de 8,82%, bairro de Niterói que tem São Gonçalo como limítrofe, além de limitar-se com Várzea das Moças, Engenho do Mato, Jacaré e Muriqui.

Longe dali, a desvalorização também foi sentida em Boa Viagem (7,08%), seguido de São Domingos (5,83%); Pé Pequeno (3,82%); Piratininga (3,47%); São Francisco (3,26%); Barreto (3,19%); Fátima (1,56%); Ingá (1,24%); Fonseca (1,15%) e Santa Rosa (0,59%).

Veja o que valorizou e desvalorizou na lista abaixo.

Imagem ilustrativa da imagem Pandemia revela alta na procura por casas na Região Oceânica de Niterói
Fonte: Centro de Pesquisa e Análise da Informação do Secovi Rio.

Aluguel

A procura por aluguel aumentou em São Francisco resultado em valorização de 19,57%. Foto: Pedro Conforte

Os dados disponibilizados pelo Centro de Pesquisa e Análise da Informação do Secovi Rio sobre o valor e variação de locação mostra que Vital Brazil disparou: ficou 26,87% mais caro alugar um metro quadrado por lá, no comparativo de novembro do ano passado e o mesmo período deste ano.

São Francisco aparece em seguida com 19,57% de alta. Aí logo depois surgem bairros como Piratininga (14,59%), Fonseca (12,44%) e Barreto (12,99%), por exemplo. Quem ficou desvalorizado para locação nessa temporada analisada foi Boa Viagem (11,49%), Centro (6,07%) e Ingá (1,73%).

Veja o que valorizou e desvalorizou na lista abaixo.

Fonte: Centro de Pesquisa e Análise da Informação do Secovi Rio.

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