Volta por cima

Passista participa de desfile após ter o braço esquerdo amputado

Alessandra Silva perdeu o membro após cirurgia ginecológica

Passista participou de desfile no último final de semana
Passista participou de desfile no último final de semana |  Foto: Reprodução/Instagram
 

Alessandra Silva, de 35 anos, voltou a se olhar no espelho e se maquiar pela primeira vez depois que teve o braço amputado ao ser internada para uma cirurgia de retirada de mioma, em fevereiro. A passista da Grande Rio teve seu dia de modelo, dando seus primeiros passos na passarela para superar o drama pessoal.

Com a Baía de Guanabara de fundo, Alessandra participou do desfile Eco Fashion e “renasceu”, de acordo com suas próprias palavras. 

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"Desfilar foi um renascimento para mim. Recuperei a sensação de estar viva, de me sentir mulher e confiante", disse a passista que participou do evento no último fim de semana.

A plateia se emocionou ao ver Alessandra cruzando a passarela, além do fotógrafo e maquiador Yuri Graneiro, responsável pela transformação da passista. 

"Transformei a Alessandra em uma supermodelo, mostrando seu talento e determinação. Foi lindo e inspirador. Foi uma oportunidade única, um resgate e uma chance de superação através desse evento especial. Ver o brilho nos olhos de Alessandra enquanto encantava o público presente na passarela foi uma experiência realmente emocionante", disse Yuri ao jornal "Extra". 

Devido à sua luta, Alessandra Silva deseja ser inspiração. "Quero pode servir de exemplo para que outras pessoas voltem a acreditar que podem e se superem cada vez mais. Como mulher, preta, sambista pode ser uma referência para outras meninas que se sentem diminuídas pela sociedade".

O CASO 

Em agosto do ano passado, Alessandra começou a sentir dores e ter sangramento. O diagnóstico revelou que ela tinha um mioma no útero. No final de janeiro, ela recebeu um chamado do Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, para realizar uma cirurgia.

A operação foi realizada em 3 de fevereiro. No dia seguinte, os médicos informaram à família que seria necessário remover completamente o útero. Logo em seguida, a família começou a notar que os dedos da mão esquerda de Alessandra estavam escurecendo.

Em 6 de fevereiro, a equipe médica comunicou aos familiares que a passista seria transferida para o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac), em Botafogo. Foi neste momento que os parentes relataram que o braço da paciente já estava praticamente todo escurecido.

Após quatro dias, a família foi informada de que “ou era a vida de Alessandra ou era o braço”, após uma drenagem mal sucedida, e autorizou a amputação do braço da passista. Ela também apresentou complicações no rim e no fígado.

Alessandra recebeu alta em 15 de fevereiro, mas os problemas não acabaram. Ela voltou ao hospital em 28 de fevereiro para fazer uma revisão nos pontos da amputação. O médico achou a condição estranha e a encaminhou de volta para o Heloneida Studart.

Em seguida, Alessandra foi recusada em vários hospitais até conseguir ser internada no Hospital Maternidade Fernando Magalhães, mas acabou sendo transferida para o Hospital Municipal Souza Aguiar. Ela permaneceu internada de 4 de março a 4 de abril.

No final de abril, a Secretaria Estadual de Saúde anunciou, em nota ao "G1", que abriria uma investigação para apurar o que aconteceu no Hospital da Mulher Heloneida Studart. A Polícia Civil informou que o caso foi registrado na 64ª DP (São João de Meriti) e que os agentes solicitaram o laudo médico do atendimento na unidade para análise.

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