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    Pesquisa anti-tuberculose da UFF é destaque internacional

    Publicado 11/09/2019 às 13:52 | Autor: Plantão Enfoco
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    Pesquisadora foi premiada. Foto: Divulgação

    A pesquisadora Vanessa Rodrigues, docente do departamento de Química Orgânica da Universidade Federal Fluminense (UFF), recebeu o prêmio internacional PeerJ Award pela pesquisa de um método alternativo de tratamento para a tuberculose.

    Rodrigues coordena o laboratório 'SuplaSelen' no Institituto de Química da universidade. Desde 2016, a unidade testou moléculas derivadas da vitamina K contendo selênio — mineral que entre seus principais benefícios combate o envelhecimento celular — para verificar sua eficácia contra a tuberculose.

    O prêmio foi concedido durante o 8º Workshop da Rede Científica Internacional Selênio Enxofre e Catálise Redox (WSeS-8), ocorrido em junho deste ano na Itália, evento que reuniu centenas de cientistas de mais de 40 instituições. O reconhecimento abre espaço para publicação em revista científica especializada.

    Tratamento

    A tuberculose provocou 1,3 bilhão de mortes em 2018, de acordo com a OMS. Causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, a doença geralmente atinge os pulmões – podendo também afetar outras partes do corpo. Porém, apesar do alto número de infectados, um dos maiores obstáculos em relação ao tratamento provém da resistência das bactérias aos medicamentos fornecidos pelo mercado farmacêutico.

    O Relatório Mundial da Tuberculose 2018 divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) identificou poucas alternativas de tratamentos em potencial para infecções resistentes a antibióticos, sendo uma dessas ameaças a tuberculose multidroga resistente (TB-MDR).

    Grande parte dos medicamentos produzidos para o tratamento da tuberculose que se encontram em etapa de desenvolvimento são modificações de antibióticos já existentes, sendo assim, são meramente soluções a curto prazo.

    A partir dessa constatação emergencial, o laboratório iniciou os testes para obtenção de moléculas de selênio, que podem ser utilizadas na composição de antioxidantes e anti-inflamatórios, por exemplo.

    Os estudos com o selênio orientam a equipe na criação de novos produtos para o tratamento da tuberculose e outras doenças negligenciadas.

    “Sintetizamos moléculas que facilitam processos já utilizados pela indústria farmacêutica, tornando os medicamentos mais baratos ou melhor fabricados”, explica a pesquisadora. “Fazemos compostos que podem virar fármacos, um tipo de molécula que facilita a produção dos já existentes ou potencializamos sua atividade no organismo humano; também conseguimos minimizar efeitos colaterais provocados pelas drogas”, explica.

    Custos da pesquisa

    Grupo que atuou na pesquisa do SuplaSelen. Foto: Divulgação

    Dividindo o espaço físico do laboratório com os docentes Sérgio Pinheiro, Carlos Magno Rocha Ribeiro e Florence Moellman, cada qual trabalhando com seus alunos individualmente, Vanessa encontrou desafios na criação e posterior continuidade do SupraSelen.

    O capital encontrado para a manutenção do laboratório veio do auxílio do Programa de Fomento à Pesquisa da UFF (FOPESQ) e de um auxílio do Programa de Pós-graduação em Química aos docentes.

    Segundo ela, “para atrair os alunos no início, já que era um laboratório que ainda estava começando, nós trabalhamos a partir do encantamento: tentei passar para eles o que eu vejo da ciência e os encorajei a vestir a camisa e lutar comigo.” Atualmente, a docente da UFF orienta uma estudante de mestrado, dois de doutorado e quatro de iniciação científica, além de co-orientar uma doutoranda.

    Ainda há muito trabalho pela frente. “A curto e médio prazo desejamos a publicação de artigos referentes às pesquisas e reconhecimento por parte da academia científica”, relatou a pesquisadora.

    “A longo prazo, por que não, buscamos despertar o interesse de alguma indústria farmacêutica e sermos detentores da criação de um novo medicamento, produzido industrialmente, sendo capaz de ajudar a população, principalmente a de baixa renda”, concluiu.

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