Cidades
Ponte vira sinônimo de caos para motoristas e passageiros
A ausência de medidas para impedir a entrada de caminhões de grande porte na Ponte Rio-Niterói, fora do horário autorizado, vem causando problemas recorrentes no trecho, administrado pela concessionária Ecoponte e fiscalizado pela Rodoviária Federal (PRF). Com isso, motoristas e passageiros de ônibus acabam prejudicados, perdendo compromissos e sofrendo penalidades por conta de atrasos no trabalho.
Na manhã desta sexta-feira (5), por exemplo, um engavetamento envolvendo dois caminhões e cinco veículos de passeio, resultou na completa interdição da Ponte, em ambos os sentidos, por cerca de 20 minutos para atendimento às vítimas. De acordo com a própria concessionária, o tempo de travessia chegou a atingir a marca de 1h30, no sentido Rio de Janeiro.
Nesta mesma semana, caminhões também complicaram o trânsito da Ponte Rio-Niterói, na última quarta-feira (3). Na ocasião, um veículo se envolveu em um acidente com um ônibus, sem deixar vítimas, e outro precisou parar por conta de pneus furados, sendo necessário o serviço de reboque. Acontece que os dois transtornos provocaram uma hora de lentidão, mas dessa vez no sentido Niterói.
Fiscalização baixa, pedágio alto
Sem fiscalização nos acessos, caminhões entram em horários não permitidos, resultando em acidentes e congestionamentos. Pelos grupos interativos do Enfoco na internet, seguidores cobraram medidas da Polícia Rodoviária Federal e da concessionária EcoPonte.
"Já falei várias vezes! Enquanto não proibirem o acesso desses caminhões grandes na Ponte novamente, toda hora vai ter esse tipo de acidente. É só voltar com a regra antiga: caminhões só a partir das 22h"
Fabricio Martins
O acesso de caminhões na Ponte teve as regras alteradas no dia 1º de dezembro de 2020, quando a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou, no Diário Oficial da União, a resolução 5.914/2020.
No sentido Rio de Janeiro, caminhões com dois eixos não podem trafegar das 4h às 10h nos dias úteis. Já os veículos de cargas com três ou mais eixos podem passar na Ponte todos os dias, exceto das 4h ao meio dia.
Em direção a Niterói, veículos com dois eixos não têm restrições de horários. E os com três ou mais eixos podem passar todos os dias, com exceção do meio-dia às 22h.
As novas medidas não alteram as restrições de tráfego na Ponte Rio-Niterói para cargas perigosas (excesso de peso) e produtos perigosos (inflamáveis, explosivos, abrasivos e corrosivos), que seguem mantidas.
Com autorização da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), anualmente a concessionária aplica aumentos no valor do pedágio, conforme previsto em contrato de concessão. O último reajuste de 6,5% foi aplicado em 1º de julho.
Veja o valor cobrado de tarifa de pedágio:
R$ 4,90 – carros, caminhonetes e furgões
R$9,80 – caminhões, ônibus e furgões 9rodagem dupla)
R$ 7,35 – veículos de reboque
R$ 19,60 – caminhões de reboque e semi reboque (4 eixos)
R$ 24,50 – caminhões de reboque e semi reboque (5 eixos)
R$ 29,40 – caminhões de reboque e semi reboque (6 eixos)
R$ 2,45 – motos
Expectadores e expectativa
Procurada, a concessionária Ecoponte justifica que não possui responsabilidade sobre a fiscalização da entrada de caminhões em ambos os sentidos. E afirma que os operadores não podem obstruir veículos, pois não possuem essa atribuição. Segundo a EcoPonte, a função das equipes de administração se limita a monitorar o tráfego de veículos, através do sistema de câmeras espalhado pelo trecho, e auxiliar o fluxo em caso de trânsito e acidentes.
Já a PRF afirma que os caminhões que entram no trecho em horários proibidos são multados após serem captados pelas imagens da câmeras de vídeo monitoramento. De acordo com a polícia, quase mil veículos são autuados por ano na Ponte Rio-Niterói.
A corporação informou ainda que existe um estudo técnico feito pelo setor de operações para tentar coibir a entrada dos caminhões. Contudo, segundo a PRF, a ação seria em conjunto com Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a concessionária Ecoponte.
Sem informar prazos, a Polícia Rodoviária Federal garante que logo que estudo for concluído serão realizadas ações para impedir novos casos."A segurança viária é responsabilidade de todos, mas é o nosso dever zelar por ela".Marcos Aguiar, porta-voz da PRF no Rio.
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