Insatisfação
Profissionais da saúde paralisam trabalhos por piso salarial no Rio
Ato aconteceu em frente à unidade particular da Zona Norte
O Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Estado (Satemrj) bateu o martelo e definiu nesta segunda-feira (26) uma paralisação de 24h contra a suspensão do piso salarial. Os profissionais da saúde realizaram um ato frente ao Hospital Pasteur, no Méier, Zona Norte do Rio.
A presidente do Satemrj, Miriam Lopes, informou que somente 30% dos profissionais da saúde estão atuando no município e 70% da categoria participam do ato. Além disso, 10% da rede privada também integram as manifestações.
Isso é errado. A nossa categoria precisa do piso, não é um presente, é um dever. Por isso estamos aqui, enfermagem na rua, piso é lei. Vamos valorizar a enfermagem
As reivindicações vêm após decisão do ministro Luís Roberto Barroso acatar a solicitação da CNSaúde, que representa entidades privadas da saúde, para a suspensão do novo piso salarial. A medida havia sido estabelecida para enfermeiros, técnicos, auxiliares e parteiras.
"O objetivo dessa manifestação é sobre o piso nacional. Nosso piso foi aprovado em 5 de agosto, depois de ampla discussão, transformou-se em lei e o ministro Barroso decidiu a suspensão. Isso é errado. A nossa categoria precisa do piso, não é um presente, é um dever. Por isso estamos aqui, enfermagem na rua, piso é lei", disse Miriam.
Reivindicações vêm após decisão do ministro Luís Roberto Barroso acatar a solicitação da CNSaúde, que representa entidades privadas da saúde, para a suspensão do novo piso salarial
Para a presidente, essa iniciativa de suspensão do piso é um ato covarde contra uma categoria que lutou pela população em um período turbulento de pandemia.
"A enfermagem, que fez um trabalho estupendo no processo da pandemia do covid-19, e agora da varíola dos macacos. Então, vamos valorizar a enfermagem. Aqui tem auxiliar de enfermagem, técnicos e enfermeiros", afirmou.
O plenário do Supremo Tribunal Federal referendou a decisão no dia 15 deste mês. A suspensão está de pé até que sejam analisados impactos nas contas de unidades de saúde e nos cofres dos municípios e estados.
Para a técnica de enfermagem Lucineia Ramos, de 47 anos, a luta árdua pelo piso salarial reforça a importância da resistência da categoria neste momento.
"Há muito tempo estamos lutando por isso. Foi muito tempo arquivada, agora que conseguimos isso o STF quer arquivar. A gente luta! Nossa categoria é muito sofrida. Eu acho que é merecido o nosso piso. Eles valorizam muito mais o médico e outras categorias", disse indignada. O ato vai caminhar para a frente do Hospital Salgado Filho, também no Méier, onde permanecerá com um carro de som e cerca de 800 profissionais.
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