Impasse
Companhia aérea cancela voo após se recusar a levar cão de serviço
Ordem judicial autorizava o embarque do animal

O voo da TAP que sairia do Aeroporto do Galeão, no Rio, para Lisboa, foi cancelado na tarde de sábado (24) depois que a companhia descumpriu uma decisão liminar que autorizava o embarque de um cão de serviço na cabine da aeronave.
A dona do cachorro, que é irmã de uma jovem com Transtorno do Espectro Autista (TEA), conseguiu na Justiça a liberação para levar o animal até Portugal, onde a família da jovem passou a morar. Segundo a advogada Fernanda Lontra, o cão Teddy é treinado para acompanhar a adolescente e ajudar no controle das crises.
Mesmo com a liminar, a TAP se recusou a permitir o embarque do animal na cabine e ofereceu a opção de que ele fosse transportado como bagagem. A irmã da jovem contou que, diante da resistência da empresa, foi preciso acionar a Polícia Federal.
"Como eles não estavam colaborando, a Polícia Federal entrou na questão. Porque eles não estavam querendo cumprir a ordem", relatou à "CNN Brasil".
A empresa alegou que cancelou o voo porque a decisão judicial obrigava o transporte do cachorro na cabine, o que, segundo a companhia, não estaria de acordo com as normas aéreas. "Foram dadas alternativas de transporte para o animal, que não foram aceitas pelo tutor", informou a TAP.
Ainda segundo a empresa, quem viajaria com o cão não seria a pessoa que depende diretamente do serviço do animal. "A pessoa que necessita de acompanhamento do referido animal não realizaria a viagem neste voo, sendo o animal acompanhado por passageira que não necessita do referido serviço", afirmou a companhia em nota.
A TAP lamentou o ocorrido e declarou que "jamais poremos em risco a segurança dos nossos passageiros, nem mesmo por ordem judicial".
Impasse desde abril
O problema começou em abril, quando a família da jovem com TEA tentou embarcar com Teddy pela primeira vez. Na ocasião, os pais e a irmã da garota se mudavam para Portugal, mas a companhia não autorizou que o cão fosse na cabine.
Sem conseguir embarcar, Teddy ficou no Brasil, sob os cuidados da irmã da jovem. "Isso fez com que minha irmã ficasse separada do cachorro. O Teddy é treinado para acompanhar pessoas com deficiência, estar com ela e ajudar durante as crises. Ele acompanha minha irmã 24 horas por dia", contou a mulher.
No dia 16 de maio, a 5ª Vara Cível de Niterói determinou, por meio de uma decisão liminar, que o cão deveria embarcar no voo junto com a irmã da jovem. Mesmo assim, a TAP não cumpriu a ordem e o voo acabou cancelado no sábado (24).


Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!