Biodiversidade
Onda de pinguins nas praias do Rio exige atenção; saiba como ajudar
50 registros de animais marinhos nas praias do estado

A presença de pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) nas praias do Rio de Janeiro tem se intensificado nos últimos dias. Só em 2025, o Instituto BW para Conservação e Medicina da Fauna Marinha já registrou 50 ocorrências nas regiões dos Lagos e Norte Fluminense, segundo dados do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Campos e do Espírito Santo (PMP-BC/ES).
Nesta segunda-feira (14), um pinguim foi flagrado nadando nas águas cristalinas da Praia do Leme, na Zona Sul da capital. Pouco depois, outro animal foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros na Praia de São Conrado. Já na última sexta-feira (11), três pinguins foram encontrados mortos entre as praias da Barra da Tijuca e do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Até o momento, a causa da morte ainda é desconhecida.
No início de julho, quatro pinguins-de-Magalhães também foram resgatados pelo Instituto Albatroz, parceiro na execução do PMP-BC/ES, na Região dos Lagos. Esses casos reforçam o alerta emitido por especialistas e instituições ambientais: é preciso cuidado redobrado com os animais e ação rápida da população ao encontrá-los.
“Iniciamos a temporada com grande atenção e dedicação. Nossas equipes estão mobilizadas e preparadas para prestar o suporte técnico necessário em todos os resgates. A colaboração da sociedade é essencial nesse processo”, afirma a Dra. Paula Baldassin, coordenadora de Medicina Veterinária e vice-presidente do Instituto BW.
Entenda a migração dos pinguins
A aparição desses animais é comum entre junho e setembro, quando os pinguins migram da Patagônia, no sul da Argentina e do Chile, em busca de alimento e águas mais quentes. Durante esse percurso, muitos acabam encalhando nas praias brasileiras, exaustos, desnutridos, com hipotermia e até doentes.
Frágeis e desorientados, os pinguins precisam de atendimento veterinário especializado. Por isso, a colaboração da população é fundamental para garantir o resgate adequado.
Além de cuidar dos animais vivos, o Instituto BW também realiza necropsias nos pinguins encontrados mortos para identificar as causas dos óbitos e coletar dados relevantes para ações de conservação da fauna marinha.
O que fazer ao encontrar um pinguim:
- Acione o Instituto BW pelo telefone 0800 991 4800;
- Mantenha distância do animal e não tente tocá-lo;
- Isole a área e evite a aproximação de curiosos ou cães;
- Não devolva o animal ao mar;
- Não coloque o pinguim em contato com gelo ou dentro de caixas térmicas/freezers;
- Se possível, mantenha o animal à sombra até a chegada dos especialistas.
A presença crescente dos pinguins nas praias do Rio reforça a necessidade de ações conscientes por parte dos banhistas, moradores e turistas. Cada atitude correta pode fazer a diferença na preservação dessa espécie migratória e no equilíbrio do ecossistema marinho.


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