Obras
Paes lança projeto para transformar a região central do Rio
Espaço terá uma área de 2,5 milhões de metros quadrados
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, apresentou nesta quinta-feira (20) o projeto Praça Onze Maravilha, um amplo conjunto de intervenções urbanas que promete transformar a região da Praça Onze e o entorno do Sambódromo. A primeira etapa das obras deve começar pela demolição do Viaduto 31 de Março, marco da engenharia viária da década de 1960.
Segundo Paes, a iniciativa abre caminho para um novo desenho urbano na área e prepara a chegada da Biblioteca dos Saberes, projetada pelo arquiteto Francis Kéré, vencedor do prêmio Pritzker, considerado o “Nobel da Arquitetura”.
O plano segue a inspiração do Porto Maravilha, que requalificou uma grande área da zona portuária com investimentos privados, valorização do patrimônio histórico, promoção da habitação e melhoria da mobilidade urbana.
Durante o evento, Paes ressaltou o simbolismo da região.
A profecia de Grande Otelo e Herivelto Martins revela a alma encantada das ruas. Temos a missão de investir na Praça Onze, no Sambódromo e na Pequena África. Neste Dia Nacional da Consciência Negra, temos a responsabilidade de honrar o legado de uma cidade que canta e conta suas histórias”
O projeto, financiado integralmente com recursos privados, marca um novo capítulo na história urbana do Rio e reforça a Praça Onze e a Pequena África como territórios de memória, cultura e mobilidade.
O vice-prefeito Eduardo Cavaliere destacou que serão investidos quase R$ 2 bilhões na região, com previsão de criar cerca de 40 mil novas unidades residenciais e atrair mais de 100 mil moradores nos próximos 20 anos.
“Com a demolição do Viaduto 31 de Março, vamos permitir a reconexão do povo com as ruas, que carregam enorme simbolismo, porque ali foi criado o samba. Assim como o Museu do Amanhã foi a cereja do bolo do Porto Maravilha, a Biblioteca dos Saberes será o ícone da Praça Onze Maravilha”, disse.
A nova área, de 2,5 milhões de metros quadrados, engloba ruas dos bairros Catumbi, Estácio, Cidade Nova e Praça XI, como Rua Frei Caneca, Rua dos Inválidos, Av. Paulo de Frontin, Praça da República, Praça da Cruz Vermelha e Av. Presidente Vargas.
Entre os presentes estavam a escritora Conceição Evaristo, sambistas, produtores culturais, secretários municipais e autoridades. A programação contou com a bateria da Estácio de Sá e com o grupo Trio Júlio.
Transformação urbana e mais acessibilidade
As intervenções propostas buscam recuperar ligações históricas entre o Centro, o Estácio e o Catumbi, rompidas ao longo do tempo com a construção do viaduto. A remoção da estrutura deve melhorar a circulação de moradores, trabalhadores e visitantes, além de devolver à Praça Onze seu papel tradicional como ponto de encontro da cidade.
“O nosso plano urbano para o entorno do Sambódromo propõe requalificar a área a partir da demolição do Elevado 31 de Março, uma estrutura típica do modelo de vias expressas que marcou a cidade nos anos 1960”, explicou o arquiteto Rodrigo Azevedo, responsável pelo projeto Boulevard do Samba.
O pacote inclui abertura de novas vias, implantação de um mergulhão entre as ruas Frei Caneca e Salvador de Sá, criação de uma praça sobre a estrutura, calçadas mais largas e permeáveis, drenagem aprimorada, nova iluminação e expansão de áreas verdes.
O Sambódromo será mantido, mas com acessos modernizados e melhor suporte logístico para o Carnaval e para o uso cotidiano. Áreas hoje subutilizadas receberão novas unidades residenciais, com comércio e serviços no térreo, criando maior integração com o Centro.
Próximos passos
Os investimentos privados serão executados por meio de concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs), envolvendo potenciais construtivos, pagamento de outorga onerosa e a criação de um fundo imobiliário municipal, formado por imóveis e terrenos públicos.
O projeto será debatido em audiência pública ainda este ano, e a proposta de lei será enviada à Câmara Municipal até dezembro.

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