Críticas
Protesto no Rio pede impeachment de Cláudio Castro
Grupo se reuniu na Zona Sul contra a megaoperação
Manifestantes pediram o impeachment do governador Cláudio Castro (PL) em protesto realizado nesta quarta-feira (5), na Zona Sul do Rio. O ato foi organizado em repúdio à megaoperação policial que deixou 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, na semana passada. O grupo se concentrou no Largo do Machado, à tarde, e seguiu em direção ao Palácio Guanabara, sede do governo estadual, nas Laranjeiras.
O ato, que reuniu cerca de 300 pessoas, foi organizado por movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos. Com cartazes e faixas, os manifestantes criticaram a ação das forças de segurança e responsabilizaram o governador pelo que chamaram de “massacre”. Entre os dizeres exibidos estavam frases como “O Estado exclui, cria o inimigo e depois manda matar” e “Pela vida do povo preto e favelado”.
A marcha até o Palácio Guanabara foi interrompida por um bloqueio da Polícia Militar, que acompanhou a manifestação junto com agentes da Guarda Municipal e da CET-Rio. O protesto terminou por volta das 18h30, sem registro de tumultos. Segundo os organizadores, novas manifestações estão sendo planejadas.
Megaoperação
O ato ocorre em meio à repercussão nacional da Operação Contenção, que mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar. A ação teve como alvo pontos controlados pela facção Comando Vermelho, na Zona Norte, e terminou com 121 mortos, entre eles quatro policiais. Moradores relataram que alguns corpos foram encontrados com sinais de rendição e execução, o que levantou suspeitas de abusos.
O governador Cláudio Castro afirmou que “todos os homens que se renderam foram presos” e classificou a operação como “um sucesso”. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista a agências internacionais, nesta terça-feira (4), durante visita a Belém, chamou a ação de “matança”.
“A ordem do juiz era de prisão, não de matança, e houve uma matança”, disse Lula, acrescentando que considerou a operação “desastrosa”.
A Organização das Nações Unidas (ONU) defendeu a realização de uma investigação independente sobre a operação, com o objetivo de apurar responsabilidades, interromper violações de direitos humanos e garantir proteção a familiares das vítimas e testemunhas.

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