Movimentações
Substituta de Washington Reis nos Transportes é nomeada; saiba quem é
Priscila Sakalem assume pasta em meio a crise política no Rio

O governador Cláudio Castro (PL) nomeou nesta quinta-feira (10) a advogada Priscila Haidar Sakalem como nova secretária estadual de Transportes do Rio de Janeiro. A publicação foi feita em edição extraordinária do Diário Oficial e marca mais um capítulo da disputa política entre o governador e o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil).
A escolha de Priscila, que era assessora especial do gabinete de Castro, vem na esteira da exoneração de Washington Reis (MDB), promovida por Bacellar durante período em que assumiu o governo interinamente, na ausência de Castro, que estava em viagem a Portugal.
Mesmo pressionado por aliados, o governador decidiu manter a demissão do ex-secretário, encerrando um impasse que envolvia interesses políticos de aliados em meio às articulações para a sucessão estadual em 2026.
Quem é a nova secretária
Priscila Sakalem é formada em Direito pela UniRio, com especializações pela UFF e MBA em Gestão Tributária pela Escola de Negócios Trevisan. Mestre em Tributação e Finanças pela Uerj, ela já acompanhava temas ligados à mobilidade dentro do gabinete do governador.
A nomeação sinaliza a tentativa de Castro em retomar o controle da pasta com um nome técnico e de confiança, sem ceder a pressões políticas neste momento delicado.
"Agradeço ao governador Cláudio Castro pela confiança e reconhecimento do trabalho que vinha desenvolvendo nos bastidores. A população do Rio de Janeiro pode estar certa do meu total empenho na busca de soluções, para entregar um sistema moderno e digno a quem utiliza os transportes públicos no estado", afirmou a nova secretária.
Medida contra Bacellar
Na mesma edição do Diário Oficial, Castro também tornou sem efeito a exoneração de Kennedy de Assis Martins da presidência do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem). Martins havia sido demitido por Bacellar durante seu curto período à frente do governo, mesmo sendo uma indicação do deputado Dionísio Lins (PP), aliado de Castro.
O gesto é interpretado como uma resposta direta ao movimento do presidente da Alerj, que, ao remover figuras ligadas a Reis e a Dionísio, ampliou a tensão interna na base governista.
Entenda a crise
A crise teve início no fim de maio, quando Washington Reis, então secretário de Transportes, anunciou a intenção de reduzir as tarifas dos trens e metrô para R$4,70, igualando o valor das passagens de ônibus. A medida custaria cerca de R$300 milhões aos cofres públicos e não teria respaldo técnico, segundo o governo.
O embate culminou na convocação de Reis para prestar esclarecimentos em uma CPI da Alerj, além de um bate-boca entre Rodrigo Bacellar e Rosenverg Reis, irmão de Washington, durante uma sessão no plenário.
Com Castro fora do país, Bacellar aproveitou a oportunidade para exonerar Reis, chamando-o de “insubordinado” ao assumir o governo. Em resposta, Reis afirmou que a decisão não tinha validade e ironizou Bacellar, dizendo que ele "não tem tamanho nem para ser síndico de prédio"
De volta ao Brasil, Castro optou por manter a exoneração, contrariando Reis e sinalizando alinhamento com o União Brasil e o PP, legendas centrais para o projeto de sua sucessão, que deve ter Bacellar como candidato em 2026.


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