Investigação

Técnicos do antigo Comperj intimados no caso de despejo de tolueno

Força-tarefa cumpriu mandados em 16 empresas em Itaboraí

Polícia Civil e técnicos do Inea procuram responsável pelo vazamento do produto químico
Polícia Civil e técnicos do Inea procuram responsável pelo vazamento do produto químico |  Foto: Divulgação

A força-tarefa do Governo do Estado, que contou com o setor de pós-licença do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), intimou seis responsáveis-técnicos de empresas do antigo Comperj (atual Polo Gaslub) para prestar depoimento e vistoriou documentos, no cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão em empresas que provavelmente utilizariam tolueno em seus processos de produção, próximo ao Rio Guapiaçu.

O cumprimento dos mandados foi realizada pelos agentes da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) cumpriram, desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira (8). 

Leia +: Polícia leva um pra DP e caça mais empresas que usam tolueno

"O tratamento da água foi retomado pela Cedae, mas agora precisamos encontrar os responsáveis pelo vazamento do poluente que prejudicou 2 milhões de moradores de Niterói, São Gonçalo, parte de Maricá, Itaboraí e da Ilha de Paquetá. Nossas equipes trabalham para identificar o foco do vazamento e para fazer com que o responsável por este crime seja identificado", declarou o governador Cláudio Castro.

Vinte equipes da Polícia Civil realizaram buscas em 15 empresas no bairro de Sambaetiba, e uma no Caluge, ambos em Itaboraí. Das 16 empresas vistoriadas, 14 delas ficam no antigo Comperj. Ao todo, seis peritos criminais da Polícia Civil atuaram na operação, além de quatro delegados.

Juntamente com 10 técnicos do Inea, participaram as equipes da Superintendência de Combate aos Crimes Ambientais (Supcca), com oito agentes, que levantaram informações sobre as empresas e fazendas que atuam com o produto na região.

"A Polícia Civil integra a força-tarefa criada pelo Governo do Estado que está trabalhando ininterruptamente para identificar os responsáveis pela contaminação da água. Disponibilizamos todos os recursos materiais e de pessoal para cumprir os mandados de busca e apreensão da forma mais efetiva possível", relatou o secretário estadual de Polícia Civil, delegado Marcus Amim.

O objetivo da operação é identificar o responsável pelo vazamento do poluente no Sistema Imunana-Laranjal.

"Participamos da operação com as nossas equipes da Superintendência de Combate aos Crimes Ambientais, que vem realizando um trabalho de inteligência para levantar todos os possíveis responsáveis desde que a contaminação foi constatada. E também com a equipe da Diretoria de Pós Licença, que já vistoriou empresas no entorno que têm histórico de utilização do tolueno. Nossa prioridade agora é encontrar os responsáveis por esse crime ambiental", disse o secretário estadual do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi.

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O que diz a Petrobras?

Procurada, a Petrobas informou, em nota, que está colaborando com os agentes durante a investigação e reforçou que a empresa não atua no polo Gaslub (antigo Comperj), local onde foi encontrada grande quantidade de tolueno.

"Em relação à operação da Polícia Civil e órgãos do estado do Rio de Janeiro, que ocorre nesta segunda-feira (8), a Petrobras esclarece que recebeu as equipes e está colaborando com os agentes", diz o comunicado.

A Petrobras destacou também que não utiliza tolueno em suas produções e "esclarece que nenhuma empresa prestadora de serviços que atua dentro das instalações do Gaslub (antigo Comperj) utiliza o produto".

Por fim, a estatal reafirmou que disponibilizou mais de 100 profissionais estão prestando apoio à Cedae, Inea e demais autoridades para que a descoberta da causa de contaminação no rio Guapiaçu, que abastece o sistema Imunana-Laranjal, seja esclarecida.

Mais de 170 amostras coletadas

Segundo o Governo do Estado, equipes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) já colheram mais de 170 amostras de água, em mais de 50 locais.

"A área foi isolada. Isso evita que a água bruta com o poluente se aproxime da que será tratada. A água que está chegando na casa da população está apta para consumo, com zero poluente. Agora, nosso objetivo é identificar o foco de contaminação e punir os responsáveis", declarou o governador Cláudio Castro.

Ao longo dos rios Guapiaçu e Macacu está sendo realizada uma investigação confirmatória, a partir da coleta e análise do solo e da água, para auxiliar na definição do local exato do derramamento do poluente.

O monitoramento permanecerá contínuo, acompanhando as oscilações das concentrações de tolueno nos locais já identificados até o momento.

Os pontos serão refinados, a fim de localizar com maior precisão o foco da contaminação, e o monitoramento será ampliado, com a finalidade de garantir a inexistência de outras áreas contaminadas.

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