Solidariedade
Família pede ajuda após morte de jovem em SG: 'Dar um enterro digno'
Entregador de 29 anos recebeu ácido na veia em clínica

A família de Bruno Rodrigues Ventura dos Santos, de 29 anos, está realizando uma vaquinha solidária para arcar com os custos do enterro do jovem, que morreu nesta segunda-feira (8), após 18 dias internado em estado grave na UTI do Pronto Socorro Central Dr. Armando Gomes de Sá Couto, em São Gonçalo. Bruno era entregador e morador de Maricá, na Região Metropolitana do Rio.
“Pessoal, venho aqui com o coração apertado pedir a ajuda de vocês”, escreveu a irmã do rapaz, Vitória Rovesa, em uma publicação nas redes sociais.
Ela continua explicando a situação financeira dos pais:
“Meu irmão faleceu e, infelizmente, minha família não tem condições financeiras para arcar com todas as despesas do enterro. Meu pai está desempregado e minha mãe é dona de casa, então qualquer valor que vocês puderem contribuir será de grande ajuda para que possamos dar a ele um enterro digno.”
A chave Pix disponibilizada pela família para doações é o CPF 190.129.147-28.
“Qualquer contribuição, por menos que seja, fará diferença. Deus abençoa a todos que puderem ajudar”, finalizou Vitória no apelo publicado online.
O caso
Bruno passou mal durante uma sessão de hemodiálise no dia 20 de agosto, na clínica Nice Diálise, no bairro São Miguel, em São Gonçalo. Segundo a família, ele foi contaminado por ácido peracético, um produto químico utilizado na limpeza de equipamentos médicos. A substância teria entrado em contato com a máquina usada no procedimento, provocando uma reação grave.
O laudo médico apontou que Bruno sofreu hemorragia cerebral, edema e insuficiência respiratória aguda. Ele foi socorrido ainda no dia do incidente pelo Corpo de Bombeiros, já inconsciente, e permaneceu em coma induzido até o falecimento.
Investigação
A Polícia Civil investiga o caso, que inicialmente foi registrado como lesão corporal por imperícia. Com a morte do paciente, a tipificação deverá ser alterada. O delegado Fábio Luiz Souza, da 72ª DP (São Gonçalo), informou que as oitivas estão na fase final e que quase todos os envolvidos no atendimento já prestaram depoimento.
O boletim de ocorrência aponta que o erro ocorreu durante a troca de profissional responsável pelo procedimento. Familiares afirmaram à polícia que o diretor técnico da clínica admitiu a falha e confirmou a presença de resíduos do ácido na máquina.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que equipes da Vigilância Sanitária estiveram na clínica e que uma investigação administrativa está em curso. Apesar de a Nice Diálise atuar credenciada ao SUS, o convênio com o município de São Gonçalo foi encerrado em abril deste ano. Documentos da investigação mostram ainda que o certificado de regularidade da clínica estava vencido desde junho.
O Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) confirmou que o diretor técnico da unidade tem registro ativo e instaurou uma sindicância para apurar o caso. Já a Prefeitura de São Gonçalo divulgou nota de solidariedade à família e afirmou que está à disposição dos parentes.


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